São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Vaivém das commodities

MAURO ZAFALON - mzafalon@folhasp.com.br

MUDANÇA DE PERFIL
Na quinta edição, a Agrifam, feira voltada para a agricultura familiar, começa a mostrar uma mudança de perfil do público. Além das tradicionais caravanas, a feira começa a ter, neste ano, a participação de um produtor com maior poder aquisitivo e mais conhecimento. Realizada em Agudos (SP), a feira, que começou na quinta-feira, termina amanhã.

ELO DE LIGAÇÃO
A participação de vários institutos de pesquisas do setor agropecuário permite ao pequeno produtor ter contato com uma série de novas tecnologias desenvolvidas especialmente para eles. O problema, diz Braz Albertini, presidente da Fetaesp, entidade organizadora da feira, é fazer essa nova tecnologia chegar aos produtores. "Falta o meio-campo", afirma.

DE TUDO UM POUCO
A Embrapa é uma das empresas que trouxeram tecnologias voltadas para os pequenos produtores. Entre as novidades apresentadas está um pequeno motor com funcionamento à base de vários combustíveis. Simples e barato, o motor -que ainda não está à venda- pode fornecer energia elétrica em pequena escala para a propriedade.

SEMPRE A CANA
A atração da cana também nas pequenas propriedades está tirando mercado das empresas voltadas exclusivamente para pequenos produtores. Vanderlei Araújo, da Cadioli Implementos Agrícolas, diz que a expansão da cana provocou redução nas vendas de plantadeiras e adubadeiras manuais. "Hoje, vendemos mais enxadas para a construção civil do que para a agricultura, o que não é normal", afirma.

GRANDE AUSÊNCIA
Um setor que está ausente da feira para pequenos produtores é o de fornecedores de insumos para a agricultura orgânica. "Acho que eles [os fornecedores de insumos] estão voltados mais para os grandes produtores e não vêem potencial no pequeno", diz Marco Antonio Baldoni, do IBD Certificações. "É uma questão de compreensão dos objetivos da feira", diz José Carlos Pedreira, do Hecta, empresa organizadora do evento.

ARROZ SOBE
O preço do arroz voltou a subir ontem no Sul do país. A saca de 50 kg do tipo agulhinha em casca chegou a ser negociada a R$ 23 em Pelotas (RS). A redução na oferta do produto explica o aumento. Em 30 dias, o cereal teve alta de 3,1%.

MELHOR PARA A CARNE
Os preços recebidos pelos produtores norte-americanos subiram em julho em relação a junho, puxados pelas carnes, que tiveram valorização de 2,2%. No setor de grãos, a alta foi de 1,4%. Os preços pagos ficaram estáveis no mês passado em relação a junho, mas estão 9% acima dos de igual período de 2007.

VAI SER DIFÍCIL
No México, Pedro de Camargo Neto, da Abipecs, diz que as negociações para as exportações de carne suína estão difíceis por lá. Antes, os mexicanos exigiam que Santa Catarina tivesse status livre sem aftosa. Agora que o Estado conseguiu, estão impondo outras barreiras, diz Camargo Neto. A esperança, talvez remota, é o presidente Lula exigir consistência técnica, afirma.


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