São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARCERIA

Petrobras e Eletrobrás assinam na segunda-feira acordos com empresas do país asiático que investirão em petróleo e energia

Estatais brasileiras querem atrair chineses

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

As estatais brasileiras Petrobras e Eletrobrás assinam na segunda-feira, em Pequim, memorandos de entendimentos com empresas chinesas que prevêem investimentos nas áreas de petróleo e energia no Brasil.
O teor dos acordos foi discutido nos últimos dois dias pela ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, em encontros com autoridades chinesas. Ontem, a ministra anunciou a assinatura dos documentos, mas não quis dar detalhes de seu teor. Disse só que eles abrem caminho para a realização de joint ventures e consórcios e envolvem investimentos.
O presidente da Eletrobrás, Silas Rondeau Cavalcante Silva, que também está em Pequim, afirmou que os chineses manifestaram interesse em participar dos leilões de geração e transmissão de energia no Brasil. Segundo ele, é praticamente certa a presença de empresas chinesas nos leilões que serão realizados no primeiro semestre de 2005.
A Eletrobrás assinará o memorando de entendimentos com a Citic, empresa do governo chinês que tem orçamento de US$ 100 bilhões para investir fora do país. O acordo da Petrobras será firmado com a Sinopec, empresa com a qual a estatal brasileira já tem um memorando para exploração de petróleo em águas profundas em outros países.

Experiência vai, dólares vêm
Os memorandos são genéricos e não fazem referência a obras ou valores específicos. Porém abrem caminho para realização de contratos futuros. Os entendimentos entre os dois lados também serão facilitados por um "acordo-quadro" de investimentos assinado entre o Ministério de Minas e Energia do Brasil e o Ministério do Comércio chinês.
A Petrobras abriu seu escritório na China há menos de três meses e está empenhada em ampliar suas exportações ao país. Dentro dessa estratégia, estuda várias possibilidades, inclusive a construção de um terminal para desembarque de produtos no país.
Na área energética, a Eletrobrás acredita que pode fornecer aos chineses experiência na geração de energia hídrica e gestão de grandes redes de transmissão.
Ao mesmo tempo, pretende atrair investimentos chineses para projetos de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil.
Cavalcante Silva afirmou que o Brasil vai construir 41 novas usinas hidrelétricas nos próximos anos. Segundo ele, os chineses demonstraram particular interesse por dois projetos em fase de estudo: as hidrelétricas de Belo Monte e do rio Madeira, ambas na região norte, que exigem investimento de US$ 8,23 bilhões. Juntas, elas poderão gerar 13 mil MW, o equivalente a 18% da capacidade atual de geração do país (74 mil MW).
A Eletrobrás quer aproveitar a atual carência de energia na China para vender serviços de gestão de grandes linhas de transmissão e tecnologia de conservação de energia. Ao mesmo tempo, pretende atrair parte dos bilhões de dólares que os chineses têm para investir no exterior para projetos de geração de energia no Brasil.
Cavalcante Silva apresentou o perfil das empresas e as oportunidades de negócios no Brasil a um grupo de empresários durante a Expo Brasil-China.

Gasolina
A ministra evitou falar sobre um eventual reajuste no preço da gasolina. "O petróleo está variando todos os dias. Vocês têm de ver isso com a Petrobras."


Texto Anterior: Teles: Ligações entre cidades próximas serão locais
Próximo Texto: Comércio: Lagos, do Chile, quer interação com o Mercosul
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.