|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PARCERIA
Petrobras e Eletrobrás assinam na segunda-feira acordos com empresas do país asiático que investirão em petróleo e energia
Estatais brasileiras querem atrair chineses
CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM
As estatais brasileiras Petrobras
e Eletrobrás assinam na segunda-feira, em Pequim, memorandos
de entendimentos com empresas
chinesas que prevêem investimentos nas áreas de petróleo e
energia no Brasil.
O teor dos acordos foi discutido
nos últimos dois dias pela ministra de Minas e Energia, Dilma
Rousseff, em encontros com autoridades chinesas. Ontem, a ministra anunciou a assinatura dos
documentos, mas não quis dar
detalhes de seu teor. Disse só que
eles abrem caminho para a realização de joint ventures e consórcios e envolvem investimentos.
O presidente da Eletrobrás, Silas
Rondeau Cavalcante Silva, que
também está em Pequim, afirmou
que os chineses manifestaram interesse em participar dos leilões
de geração e transmissão de energia no Brasil. Segundo ele, é praticamente certa a presença de empresas chinesas nos leilões que serão realizados no primeiro semestre de 2005.
A Eletrobrás assinará o memorando de entendimentos com a
Citic, empresa do governo chinês
que tem orçamento de US$ 100 bilhões para investir fora do país. O
acordo da Petrobras será firmado
com a Sinopec, empresa com a
qual a estatal brasileira já tem um
memorando para exploração de
petróleo em águas profundas em
outros países.
Experiência vai, dólares vêm
Os memorandos são genéricos e
não fazem referência a obras ou
valores específicos. Porém abrem
caminho para realização de contratos futuros. Os entendimentos
entre os dois lados também serão
facilitados por um "acordo-quadro" de investimentos assinado
entre o Ministério de Minas e
Energia do Brasil e o Ministério
do Comércio chinês.
A Petrobras abriu seu escritório
na China há menos de três meses
e está empenhada em ampliar
suas exportações ao país. Dentro
dessa estratégia, estuda várias
possibilidades, inclusive a construção de um terminal para desembarque de produtos no país.
Na área energética, a Eletrobrás
acredita que pode fornecer aos
chineses experiência na geração
de energia hídrica e gestão de
grandes redes de transmissão.
Ao mesmo tempo, pretende
atrair investimentos chineses para projetos de geração e transmissão de energia elétrica no Brasil.
Cavalcante Silva afirmou que o
Brasil vai construir 41 novas usinas hidrelétricas nos próximos
anos. Segundo ele, os chineses demonstraram particular interesse
por dois projetos em fase de estudo: as hidrelétricas de Belo Monte
e do rio Madeira, ambas na região
norte, que exigem investimento
de US$ 8,23 bilhões. Juntas, elas
poderão gerar 13 mil MW, o equivalente a 18% da capacidade atual
de geração do país (74 mil MW).
A Eletrobrás quer aproveitar a
atual carência de energia na China
para vender serviços de gestão de
grandes linhas de transmissão e
tecnologia de conservação de
energia. Ao mesmo tempo, pretende atrair parte dos bilhões de
dólares que os chineses têm para
investir no exterior para projetos
de geração de energia no Brasil.
Cavalcante Silva apresentou o
perfil das empresas e as oportunidades de negócios no Brasil a um
grupo de empresários durante a
Expo Brasil-China.
Gasolina
A ministra evitou falar sobre um
eventual reajuste no preço da gasolina. "O petróleo está variando
todos os dias. Vocês têm de ver isso com a Petrobras."
Texto Anterior: Teles: Ligações entre cidades próximas serão locais Próximo Texto: Comércio: Lagos, do Chile, quer interação com o Mercosul Índice
|