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COMÉRCIO
Lagos, do Chile, quer interação com o Mercosul
FABRICIO VIEIRA
ENVIADO ESPECIAL A SANTIAGO
Um dos principais defensores
da liberalização comercial na
Apec, o presidente chileno, Ricardo Lagos, também tem se mostrado favorável a uma maior interação do país com o Mercosul.
Para Lagos, "o Chile está oferecendo à região sua experiência na
Apec e a potencialidade que os
vínculos com ela podem trazer".
A Apec (sigla em inglês para
Cooperação Econômica da Ásia e
do Pacífico) reúne 21 países, entre
esses Estados Unidos, Japão e
China. Por parte dos latino-americanos, estão na Apec Peru, Chile
e México. A Apec representa um
bloco de mais de 2,5 bilhões de
consumidores e quase 50% do comércio global.
Nas reuniões que tiveram há
cerca de dez dias, na capital chilena, Lagos e Lula deram grande
importância à discussão de temas
relacionados ao fortalecimento
da integração regional. Ambos os
mandatários se comprometeram
a reimpulsionar o projeto IIRSA
(Integração da Infra-Estrutura
Regional Sul-Americana).
O IIRSA surgiu na Cúpula de
Presidentes Latino-Americanos
de 2000, em Brasília. Desde então,
tem-se estudado formas de financiar as propostas apresentadas no
projeto, com custo estimado em
US$ 2,26 bilhões.
No encontro entre Lula e Lagos,
ambos se comprometeram a levar
propostas novas, com maior possibilidade de serem concretizadas, na 3ª Cúpula de Presidentes
Latino-Americanos, marcada para dezembro, no Peru.
Para Lagos, a materialização da
IIRSA permitiria uma adequada
vinculação entre o Atlântico e o
Pacífico, o que facilitaria a participação dos países sul-americanos
nos mercados globais.
Dentre os projetos da IIRSA que
afetam o Chile e o Brasil conjuntamente está um que visa a reativação e ampliação de linhas férreas
para que se possa ligar o porto
chileno de Antofagasta com o
porto de Santos, com passagem
pela Bolívia.
O economista chileno Mario
Modiano, da consultoria Desarrollo, afirma que "o desenvolvimento desses projetos de infra-estrutura, somado a uma maior
integração comercial do Mercosul com a Apec, beneficiaria muito os países sul-americanos". "Espero que esses projetos realmente
comecem a sair do papel em breve", diz Modiano.
"Em novembro, os condutores
da nova ebulição de desenvolvimento que tem acontecido em
torno do Pacífico estarão mais
perto dessa parte da região sul do
planeta. O encontro da cúpula da
Apec será no Chile, mas eles estarão atentos a toda a região e muitos deles irão ao encontro de nossos vizinhos", diz Lagos.
O Chile sediará em novembro a
reunião de cúpula da Apec, onde
são aguardadas as presenças dos
presidentes dos EUA, da China e
do Japão.
Em seu discurso de abertura na
11ª Reunião de Ministros de Finanças da Apec, encerrada ontem, Lagos deu destaque à importância de as 21 economias que formam a Apec trabalharem juntas
na OMC (Organização Mundial
do Comércio) para fomentar o livre comércio.
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