São Paulo, sexta, 4 de setembro de 1998

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EUA dizem que vão cooperar com AL

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
de Washington

O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, disse ontem que os desdobramentos da crise econômica internacional na América Latina são "profundamente importantes" para seu país.
Por isso, afirmou Rubin, os EUA têm sido "extremamente cooperativos" com as atividades e programas dos países latino-americanos e continuarão a agir assim.
As declarações de Rubin foram feitas antes da reunião de ministros econômicos e presidentes de bancos centrais de nove países da América Latina com dirigentes do FMI e responsáveis pela política econômica de EUA e Canadá.
O ministro Pedro Malan não havia falado com jornalistas até as 19h locais (20h em Brasília). Ele chegou a Washington às 10h (11h em Brasília) e seguiu direto para o FMI. Os ministros almoçaram com Camdessus e tinham jantar marcado com Robert Rubin.
Os ministros do México, José Angel Gurria, e do Chile, Eduardo Aninat, falaram com jornalistas antes do início da reunião.
"Os mercados estão certamente reagindo de maneira desproporcional e sem conseguir discriminar entre países que têm cumprido seu dever e tomado conta de suas posições fiscais dos demais", disse Gurria.
Aninat ressaltou que o PIB de seu país vai crescer 5,5% este ano e 3,8% em 1999, "apesar de toda a confusão na Ásia e na Rússia, o que mostra que o Chile não está passivo e vai continuar a efetivar as reformas".
Em entrevista ao jornal norte-americano "The Wall Street Journal", Malan afirmou que a melhor ajuda que os EUA podem dar à América Latina é a redução de suas taxas de juros.
Também declarou que o Brasil vai adotar um plano de controle do déficit público depois das eleições de outubro.
"Penso que chegou o tempo de considerar seriamente baixar as taxas de juros dos EUA", afirmou Malan, referindo-se a decisão que compete ao Federal Reserve, o banco central dos EUA.
"Seria uma importante contribuição para diminuir a atual tensão no mercado internacional", completou Malan.



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