|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MERCADO TENSO
Classificação dificulta a vinda de dólares para o país; Bovespa acumula queda de 49,44% desde abril
Nota baixa da Moody's faz Bolsa cair 8,6%
CRISTIANE PERINI LUCCHESI
da Reportagem Local
A decisão da
Moody's, que
dificulta a obtenção de crédito por parte do
Brasil e das empresas brasileiras, foi a gota
d'água que faltava para derrubar
mais a Bolsa de Valores de São
Paulo ontem. O índice Bovespa,
das ações mais negociadas, caiu
8,61%, a segunda maior queda do
ano. Terminou o dia em 6.218
pontos, o mais baixo patamar desde agosto de 1996.
No mês, a Bolsa apresenta queda
de 3,92% e desde o pico de alta
deste ano, no dia 5 de abril, o tombo acumulado já chega a 49,44%.
O mercado de ações de São Paulo já abriu caindo e ficou em baixa
de cerca de 4% durante o dia. Despencou após o anúncio da decisão
da Moody's.
"Todos quiseram sair da Bolsa e
houve uma procura desesperada
por liquidez", disse o especialista
Manuel Maceira.
O volume de recursos movimentado, de R$ 604,8 milhões, confirma que os investidores estão deixando o mercado a qualquer preço. A saída de recursos estrangeiros da Bolsa de Valores de São
Paulo continua.
Das 57 ações que compõem o índice Bovespa, apenas duas terminaram o dia com seus cotações em
alta: White Martins ON (com direito a voto) e Telesp Celular ON.
Entre as dez ações mais negociadas, o maior tombo ficou por conta do papel PN (sem direito a voto)
do Banespa, de 13,51%. Telebrás
PN despencou 10,29%, para fechar
a R$ 76,70 o lote de mil.
Pela manhã, os boatos tomaram
conta do mercado. Comentava-se
que o Fed, banco central dos Estados Unidos, estaria preparando
um pacote de ajuda ao Brasil,
diante da atual sangria de mais de
R$ 1 bilhão por dia nas reservas
externas.
O mercado fraco em Nova York,
que caiu ainda mais após a decisão
da Moody's, só trouxe mais pessimismo à Bolsa brasileira. A Bolsa
de Valores de Nova York chegou a
despencar mais de mais de 2%,
para terminar o dia em baixa de
1,28%.
Os bancos e as empresas cujos
lucros dependem de países emergentes lideraram a queda do índice Dow Jones, das ações mais negociadas em Nova York.
O C-bond, título brasileiro mais
negociado do mercado, fechou em
55% do valor de face ontem, uma
queda de menos de 1 ponto contra
os 55,75% do valor de face do fechamento de anteontem.
Outro título brasileiro, de vencimento mais curto, chamado de
IDU, teve sua cotação sobre o valor de face reduzida de 86,125%
para 85,65%.
A intervenção do governo impede uma queda maior.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|