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Bovespa registra em agosto saída
recorde de estrangeiros: R$ 1,7 bi
da Reportagem Local
Em agosto, saiu da Bolsa de Valores de São Paulo nada menos do
que R$ 1,724 bilhão em recursos
externos, a maior debandada de
dólares em um mês na história da
Bovespa.
Com o resultado, divulgado ontem, a Bolsa de Valores de São
Paulo passou a acumular no ano,
pela primeira vez, uma saída líquida de R$ 504,1 milhões.
A saída de recursos externos em
agosto foi a responsável pela queda de 39,55% do índice Bovespa,
das ações mais negociados.
Na crise asiática, em outubro do
ano passado, haviam saído R$
868,74 milhões da Bolsa paulista.
Em julho, com a privatização da
Telebrás, os estrangeiros vieram à
Bolsa paulista. Entraram, no total,
R$ 4,2 bilhões, contra saída de R$
3,79 bilhões, totalizando uma saída líquida de R$ 423,13 milhões.
No mês passado, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulava R$
1,22 bilhão de entrada de dólares.
Mas os investidores externos
realizaram seus lucros e saíram
com força após a moratória russa.
O temor de investir em mercados
emergentes, como o Brasil, cresceu. Os grandes fundos de investimento norte-americanos passaram a sair de todas as Bolsas da
América Latina e demais emergentes.
Além disso, muitos bancos tiveram perdas na Rússia e, para obter
caixa para pagar seus compromissos, tiveram de sair do mercado de
ações. O brasileiro foi um dos mais
escolhidos por apresentar grande
volume de negócios. Assim, quem
quer vender ações consegue encontrar comprador.
Em agosto, os estrangeiros compraram R$ 2,33 bilhões em ações
na Bolsa de Valores de São Paulo,
mas venderam R$ 4,053 bilhões.
As perspectivas, segundo analistas, não são positivas. A mudança
na nota do Brasil pela Moody's aumenta o risco de investir no país.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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