|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancos pedem prêmio em títulos pós
da Reportagem Local
Ontem, pela terceira vez, o Banco Central brasileiro não vendeu
todos os títulos que pagam juros
pós-fixados que levou a mercado.
Foram leiloados R$ 2 bilhões de
LBCs, Letras do Banco Central,
mas só R$ 340 milhões foram
comprados.
Os bancos voltaram a pedir um
prêmio para comprar esses papéis.
Queriam, além das taxas de juros
do dia-a-dia, o over, que o Banco
Central paga, uma taxa extra. O
BC não aceitou e vendeu só a parcela que conseguiu colocar sem
prêmio.
Ontem, pela primeira vez nos
leilões desses títulos que pagam
juros pós-fixados, nenhum banco
se dispôs a pagar ágio para ficar
com os papéis.
O BC trouxe de volta esses papéis
de juros pós-fixados no início da
crise russa, em junho, pois, com
eles, o governo assume todo o risco de uma alta de juros. Ou seja, se
o governo tiver de elevar seus juros, os títulos terão seus rendimentos elevados na mesma proporção.
Mas os bancos estão com medo é
de desvalorização cambial e estão
comprando apenas os títulos do
governo que pagam juros e correção cambial.
Por isso, o Banco Central está
vendendo NBC-Es, esses papéis
que tem correção cambial, todos
os dias. Já colocou mais de R$ 3
bilhões desses papéis nesta e nas
duas últimas semanas.
Ontem, vendeu mais R$ 500 milhões desses títulos, com vencimento em dezembro do ano que
vem, a taxas de 15,47% ao ano, na
máxima, e de 15,02% ao ano, na
média.
As taxas são maiores do que as
praticadas em leilão realizado ontem, de 11,79%, na máxima, e de
11,56%, na média.
O governo foi obrigado a aceitar
pagar juros maiores nesses papéis
por causa do aumento nos juros
pagos pelos títulos da dívida externa renegociada no mercado internacional. Ontem, o IDU, que também não tem risco cambial, fechou o dia pagando juros de
19,70% ao ano.
Se o governo não elevar as taxas
de seus títulos, os investidores vão
comprar apenas títulos da dívida
externa e, para isso, sair do país.
Com a saída de recursos, o dólar
comercial se valorizou contra o
real. Nos mercados futuros, as taxas de juros subiram e o dólar se valorizou.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|