São Paulo, Segunda-feira, 04 de Outubro de 1999
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Megacampo deve atrair estrangeiros

da Redação

A descoberta do megacampo de petróleo na bacia de Santos, anunciada há menos de duas semanas, deve aumentar o interesse de empresas internacionais pela exploração em território brasileiro. E o governo já está tentando capitalizar seu achado.
Na última quinta-feira, a ANP (Agência Nacional de Petróleo) anunciou a inclusão de cinco áreas da bacia de Santos na segunda rodada de licitações para exploração e produção de petróleo e gás, que deve ser realizada no primeiro semestre do ano que vem.
Na primeira licitação, realizada em junho, as áreas da bacia de Santos ainda não estavam em evidência e por isso foram "relativamente desprezadas" pelos investidores, segundo o diretor-geral da ANP, David Zylberstajn.
Quem se deu bem naquela licitação foi a italiana Agip, que comprou a concessão para explorar uma área colada ao lugar em que o megacampo foi descoberto mais tarde. Na época, a Agip pagou R$ 134 milhões pela concessão, oferecendo o maior ágio (53.565%) do leilão de junho.
A prospecção de petróleo é uma atividade arriscada, que exige investimentos muito altos, sem nenhuma garantia de retorno. O único jeito de ter certeza é furar o subsolo.
Por isso, a descoberta da bacia de Santos reduz bastante o risco de um investimento nas áreas vizinhas, o que deve funcionar como um incentivo na próxima licitação.
Outro dado favorável é a qualidade do óleo encontrado na área. É um produto mais leve do que o normalmente disponível no país, o que permitiria às refinadoras um produto melhor a um custo menor.
O megacampo da bacia de Santos a petrobrás não quer dividir com ninguém. A estatal já anunciou que irá explorar a área sozinha e parte do dinheiro que pretende captar no exterior destina-se a esse projeto.
Se as estimativas da Petrobrás estiverem corretas, quando o novo campo entrar em funcionamento, em 2001, poderá produzir mais de 100 mil barris/dia. Isso representa um terço do volume de petróleo que o país importa hoje.


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