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FRAUDES DO CAPITAL
Goldman Sachs teria oferecido ações para diretores de grandes empresas em condições especiais
Banco é acusado de privilegiar clientes
DA REDAÇÃO
O Goldman Sachs, um dos
maiores bancos de investimentos
dos EUA, está sendo acusado de
ter oferecido ações para diretores
de pelo menos 20 grandes empresas em condições privilegiadas.
As vendas ocorreram em processo de lançamento de ações na Bolsa, as IPOs (ofertas iniciais de
ações ao público, na sigla em inglês), coordenadas pelo banco.
Segundo a Comissão de Finanças da Câmara norte-americana,
os acordos oferecidos pelo Goldman Sachs resultaram em grandes lucros para os executivos que
compraram as ações. Esses executivos eram diretores de empresas
clientes do banco, como a eBay e o
Yahoo. Os diretores dessas grandes empresas teriam recebido
ofertas em pelo menos cem IPOs
organizadas pelo Goldman.
De acordo com os congressistas,
outros dois bancos teriam mantido esquemas semelhantes para
beneficiar seus clientes, o Crédit
Suisse First Boston e o Salomon
Smith Barney -divisão de investimentos do Citigroup. A prática é
chamada de "spinning" no jargão
de Wall Street.
"Convoco todas as empresas de
Wall Street a mostrar respeito aos
investidores norte-americanos,
reformando essas práticas corruptas imediatamente", disse o
deputado republicano Michael
Oxley, presidente da comissão de
Finanças da Câmara.
O Goldman Sachs negou as acusações feitas pelos congressistas.
"A sugestão de que o Goldman
Sachs esteve envolvido em "spinning" ou em alguma outra prática
inapropriada em IPOs é absolutamente falsa", afirmou Lucas Van
Praag, porta-voz do banco. "Também não é correto afirmar que
clientes do banco tenham recebido tratamento privilegiando ou
tenham sido recompensados com
a oferta de ações."
A comissão da Câmara que investiga as fraudes contábeis deu
menos detalhes sobre as operações do CSFB e do Salomon Smith
Barney. Mas, de acordo com os
congressistas, há evidências de
que os bancos ofereceram novas
ações para importantes clientes.
Ambos os bancos informaram
que estão trabalhando com as autoridades norte-americanas para
reformular suas atividades e recuperar a credibilidade das instituições financeiras de Wall Street.
Renúncia
A executiva Martha Stewart,
editora norte-americana suspeita
de ter se beneficiado de informações privilegiadas, renunciou ontem a seu cargo no conselho da
Bolsa de Nova York. A demissão
ocorre depois de apenas quatro
meses de sua nomeação. Martha,
dona de uma editora de revistas
de casa e decoração, teria infringido leis federais ao vender ações.
Com agências internacionais
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