|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EXPANSÃO
Para Palocci, sair da crise sem economia encolher é a "notícia do ano"
Governo celebra até o PIB não cair
JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Fazenda, Antonio
Palocci Filho, afirmou ontem que
a "grande notícia do ano" não será o tamanho do PIB (Produto Interno Bruto), mas o Brasil sair da
crise sem a economia encolher.
"Se o Brasil sair da crise sem
perda do PIB, é a grande notícia
do ano. Não foi assim em países
que, em maior ou menor proporção, passaram por crises semelhantes à nossa. Não foi assim na
Malásia, no México, na Argentina, na Indonésia. Houve país [a
Argentina] que perdeu 13% do
PIB", disse Palocci, ao comentar
os números do relatório de inflação do Banco Central, divulgado
esta semana.
No documento, o BC rebaixou
de 1,5% para 0,6% a previsão de
crescimento de PIB em 2003. "O
mais importante é ver o que está
na nossa frente. É crise? Não. É
crescimento", completou.
Palocci participou, como convidado, da reunião mensal do conselho da Amcham, a Câmara
Americana de Comércio, em São
Paulo. Estiveram com o ministro
65 representantes de empresas
nacionais e estrangeiras.
De acordo com o ministro, o período em que o governo "se obrigava a fazer política restritiva para
controlar a inflação está desaparecendo". "Foi nesse sentido que o
presidente Lula falou [anteontem] que acabaram-se as vacas
magras, em que o próprio governo restringe o processo (de crescimento)", disse. Aludiu ainda que
os juros reais (taxa nominal descontada a inflação) estão nos meses níveis de 2000, "quando o país
obteve seis trimestres seguidos de
crescimento".
Palocci afirmou que um eventual acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional) teria
caráter preventivo e teria que ser
negociado até o final deste mês.
Agregou que uma das prioridades
do governo a médio prazo será
obter reservas cambiais líquidas
no mesmo nível das reservas brutas atuais (que incluem os recursos colocados à disposição do governo pelo FMI).
O ministro disse discordar da
premissa de uma série de economistas que sustentam que, passado 2004 quando de fato há espaço
para crescimento de 3%, a economia emperraria nos anos seguintes por conta de gargalos em alguns setores. "Não posso aceitar
isso. O compromisso que temos
no governo é de buscar crescimento. Não vamos nos conformar com crescimento de 3%".
Palocci sustentou que o governo
não irá renovar o programa emergencial que estabeleceu, no início
de agosto, uma redução de até três
pontos percentuais no IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para veículos de até 2.000
cilindradas. O acordo tem validade até 30 de novembro.
Embora não admitam em público as montadoras iniciaram
lobby pela manutenção da redução. Alegam que ao final do acordo não seria mais possível obter
números como o de setembro,
quando foram comercializados
118,3 mil carros no mercado interno (o melhor nível do ano).
Texto Anterior: Ano do dragão: Fipe vê repique passageiro da inflação em SP Próximo Texto: País crescerá 3% neste trimestre, estima Dulci Índice
|