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São Paulo, sábado, 04 de outubro de 2003

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Para CNI, desempenho será "sofrível"

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou ontem estudo com estimativa de crescimento da economia para este ano ainda mais pessimista do que a do Banco Central. Segundo a CNI, o desempenho da economia em 2003 "será sofrível", com avanço do PIB (Produto Interno Bruto) inferior a 0,5%.
No relatório trimestral de inflação divulgado no começo da semana, o BC projetou o crescimento da economia em 0,6%. A CNI ressaltou, no entanto, que não espera retração do PIB.
Segundo o documento "Informe Conjuntural", a retomada do crescimento deve acontecer no fim do ano movida pelo "crédito" e pela "evolução da demanda".
A instituição ressaltou que a indústria tem sido o setor mais punido pelas altas taxas de juros e que deve apresentar queda em 2002, só não ficando "em situação pior" devido à "sustentação das exportações" e ao "desempenho do setor agropecuário". O Banco Central calcula uma queda de 1,2% no PIB da indústria em 2003.
O emprego no setor industrial continua cadente e a "reversão da trajetória atual de queda dificilmente será observada ainda em 2003", calcula a confederação. A CNI afirma ainda que a geração de postos de trabalho continua sendo no setor informal, o que não compensa as perdas no crescimento provocadas pela redução do emprego nos setores formais da economia.
A CNI diz também que as recentes altas dos preços não comprometem a trajetória de queda da inflação. Em setembro, a inflação registrada em São Paulo foi de 0,84%, segundo cálculos da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o maior índice desde fevereiro.
Na última segunda-feira, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou alta média de 1,18% nos preços calculados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) em setembro, aumento de 0,8 ponto percentual em relação a agosto.
Apesar das perspectivas negativas para 2003, os industriais acreditam, segundo o documento, que os dados referentes ao nível de atividade sugerem o fim da recessão e mostram "sinais de recuperação" da economia.
"A produção e as vendas industriais vêm se mantendo relativamente estáveis nos últimos meses e, provavelmente, voltarão a crescer no último trimestre do ano", diz o documento.
A CNI diz ainda acreditar que a queda na taxa básica de juros vá se atenuar nos próximos meses, mas afirma que a "taxa real de juros e os depósitos compulsórios [parcela de recursos que as instituições financeiras devem manter no BC] permanecem altos".


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