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Para CNI, desempenho será "sofrível"
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CNI (Confederação Nacional
da Indústria) divulgou ontem estudo com estimativa de crescimento da economia para este ano
ainda mais pessimista do que a do
Banco Central. Segundo a CNI, o
desempenho da economia em
2003 "será sofrível", com avanço
do PIB (Produto Interno Bruto)
inferior a 0,5%.
No relatório trimestral de inflação divulgado no começo da semana, o BC projetou o crescimento da economia em 0,6%. A CNI
ressaltou, no entanto, que não espera retração do PIB.
Segundo o documento "Informe Conjuntural", a retomada do
crescimento deve acontecer no
fim do ano movida pelo "crédito"
e pela "evolução da demanda".
A instituição ressaltou que a indústria tem sido o setor mais punido pelas altas taxas de juros e
que deve apresentar queda em
2002, só não ficando "em situação
pior" devido à "sustentação das
exportações" e ao "desempenho
do setor agropecuário". O Banco
Central calcula uma queda de
1,2% no PIB da indústria em 2003.
O emprego no setor industrial
continua cadente e a "reversão da
trajetória atual de queda dificilmente será observada ainda em
2003", calcula a confederação. A
CNI afirma ainda que a geração
de postos de trabalho continua
sendo no setor informal, o que
não compensa as perdas no crescimento provocadas pela redução
do emprego nos setores formais
da economia.
A CNI diz também que as recentes altas dos preços não comprometem a trajetória de queda da
inflação. Em setembro, a inflação
registrada em São Paulo foi de
0,84%, segundo cálculos da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas), o maior índice desde fevereiro.
Na última segunda-feira, a FGV
(Fundação Getúlio Vargas) apontou alta média de 1,18% nos preços calculados pelo IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)
em setembro, aumento de 0,8
ponto percentual em relação a
agosto.
Apesar das perspectivas negativas para 2003, os industriais acreditam, segundo o documento,
que os dados referentes ao nível
de atividade sugerem o fim da recessão e mostram "sinais de recuperação" da economia.
"A produção e as vendas industriais vêm se mantendo relativamente estáveis nos últimos meses
e, provavelmente, voltarão a crescer no último trimestre do ano",
diz o documento.
A CNI diz ainda acreditar que a
queda na taxa básica de juros vá se
atenuar nos próximos meses, mas
afirma que a "taxa real de juros e
os depósitos compulsórios [parcela de recursos que as instituições financeiras devem manter
no BC] permanecem altos".
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