São Paulo, quarta-feira, 04 de outubro de 2006

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Argentina tem 40 meses de déficit com Brasil

Saldo comercial negativo acumulado pelo país vizinho é de US$ 2,9 bilhões entre janeiro e setembro

BRUNO LIMA
DE BUENOS AIRES

O intercâmbio comercial entre o Brasil e a Argentina completou em setembro 40 meses de saldo negativo para os argentinos.
De acordo com estudo da consultoria abeceb.com, de janeiro a setembro o Brasil acumulou um saldo comercial positivo de US$ 2.931 milhões com seu maior parceiro no Mercosul.
O saldo negativo para a Argentina se deve sobretudo às compras de produtos industrializados.
Em setembro, foram US$ 324 milhões negativos para a Argentina, mas esse número significou a redução de 10,7% com relação a setembro do ano passado.
A queda foi de 23,6% com relação a agosto, mês em que o déficit comercial da Argentina com o Brasil atingiu seu valor mensal mais elevado na história (US$ 424 milhões), superando pela primeira vez a faixa dos US$ 400 milhões.
A redução no mês passado aconteceu sobretudo pelo aumento das compras do Brasil, que cresceram 18,8% na comparação entre setembro de 2005 e setembro de 2006.
A Argentina aparece como o principal compradora de celulares, autopeças e veículos de carga brasileiros e como o segundo comprador de automóveis, motores para veículos e também calçados.
O déficit é ainda mais grave para a Argentina, sobretudo se forem levados em conta somente os produtos mais "modernos", aqueles com maior nível de tecnologia incorporada.

China
A vizinha Argentina continua disputando com a China o segundo lugar no ranking dos maiores provedores do mercado brasileiro.
Em setembro, a China voltou a ultrapassar a Argentina e ganhou outra vez a segunda posição. Na liderança estão os EUA.
Do lado argentino, o acelerado crescimento das importações de produtos chineses também impede que o déficit com o Brasil seja ainda maior.
Entre 1999 e 2005, as compras que a Argentina fez da China quase triplicaram -no mesmo período, a entrada de produtos brasileiros cresceu somente 82,4%.
Segundo o estudo, a Argentina substituiu importações de vários produtos brasileiros por equivalentes chineses.


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