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FOLHAINVEST
FINANÇAS
Eleições legislativas norte-americanas e reunião do Fed, para definir as taxas de juros, podem agitar os mercados
EUA concentram atenção de investidores
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois da sacudida que devolveu os mercados para patamares
mais confortáveis, analistas se dividem: para alguns ainda há espaço para melhora nos ativos financeiros; para outros, notícias dos
Estados Unidos se encarregarão
de, ao menos temporariamente,
amainar a bonança.
Amanhã, haverá eleições legislativas nos EUA, um dia antes de o
Fomc (o comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco
central dos EUA) se reunir para
estabelecer a taxa básica de juros.
O clima de lua-de-mel que se
instalou no mercado financeiro
doméstico derrubou, na sexta-feira passada, o dólar para R$ 3,60 e
impulsionou a Bovespa (Bolsa de
Valores de São Paulo) para 10.140
pontos (alta acumulada de 21,14%
nos últimos 12 pregões).
O risco-país, medido pelo JP
Morgan, recuou para 1.600 pontos e os C-Bonds, títulos da dívida
pública brasileira, continuaram a
subir e foram cotados a 59,68 centavos de dólar.
"Ainda há gordura para queimar. O risco-país ainda está muito alto para o Brasil", diz o economista chefe do BBV Banco, Octavio de Barros.
"Esse namoro vai até a definição
da capacidade do novo governo
em desarmar expectativas mais
negativas", diz.
Não tem sido fácil para analistas
explicar a guinada no ânimo dos
investidores. "O mercado ganha
confiança no novo governo. Além
disso, há a dimensão estética, bonita, da transição democrática",
afirma Barros.
O mercado acionário norte-americano tem resistido à pressão
gerada por fracos indicadores
econômicos. Para uma parcela de
analistas, porém, a trajetória de
ganhos excepcionais em outubro,
pode ser interrompida.
No mês passado, Dow Jones subiu 10,60% e a Nasdaq (Bolsa eletrônica de ações de alta tecnologia) acumulou alta de 13,47%.
Juros nos EUA
Pesquisas com economistas
norte-americanos, realizadas na
semana passada, apontavam expectativa de corte nos juros, que
estão hoje no baixo patamar de
1,75% ao ano.
Na sexta-feira à noite, porém,
segundo sondagem da Bloomberg com 150 bancos, para 59%
deles os juros serão mantidos;
31% afirmam esperar queda da
taxa para 1,5%; e para 10% dos entrevistados a taxa de juros irá para
1,25%.
Salários reais em queda, desemprego em alta, dólar mais desvalorizado e aumento do déficit justificariam o corte na taxa.
"Há mais de quatro meses, os
Estados Unidos já deveriam ter
baixado os juros porque a economia já perdeu ritmo", diz o consultor financeiro Walter Mundell.
Impacto em Wall Street
Os reflexos de eventual redução
dos juros no mercado de ações
são incertos, segundo analistas.
Mas alguns deles dizem que investidores podem reagir mal se
entenderem que a decisão do Fed
significa que a economia não está
se recuperando.
As eleições também podem repercutir no mercado acionário.
Uma parcela de analistas diz que,
se os republicanos (do presidente
George W. Bush) mantiverem o
controle da Câmara e retomarem
o do Senado, os setores financeiro, de saúde, tecnologia e energia
seriam beneficiados.
Inflação
A inflação continua a preocupar. Amanhã, sai o IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) da Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas) de outubro. Projeções de bancos oscilam de 0,90% a
1,1%, acima da taxa de setembro
(0,76%), em razão da alta dos alimentos.
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