São Paulo, Sábado, 04 de Dezembro de 1999


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VIDA PRIVADA
Solteiro convicto, Edmond Safra conheceu a mulher num leilão em Paris
Banqueiro viveu história de amor

Marlene Bergamo - 27.set.99/Folha Imagem
Edmond Safra e sua esposa, Lily Safra, durante festa realizada na estação Júlio Prestes, na região central de São Paulo, em 1995


JOYCE PASCOWITCH
Colunista da Folha

Se a morte do banqueiro Edmond Safra foi das mais trágicas, não se pode dizer que ele, pelo menos, não tenha vivido uma bela história de amor. Sua aproximação com a viúva Lily Monteverde, dona da rede Ponto Frio, por quem se apaixonou depois de ter passado a vida inteira como solteiro convicto, aconteceu em um leilão, em Paris.
Os dois disputavam uma escultura lance a lance, ele arrematou ao final -e, como todo início de história de amor, deu de presente a ela. Depois, namoraram e casaram.
Foi com Lily, mulher sofisticada, do mundo, cheia de vida, que ele saiu daquela vidinha morna de banqueiro discreto para o circuito do high society americano -e internacional. Morando em Nova York, os dois, Lily e Edmond, frequentavam todo mês as páginas da revista "W", a mais famosa do grand monde americano, na coluna "Suzy", a mais prestigiosa, nada que se assemelhe a fuxicos, só society mesmo. Os dois eram os únicos brasileiros a terem chegado lá, junto com os milionários americanos e europeus.
Foi a mesma Lily, aliás, quem convenceu o marido a comprar uma bela casa, quase um palácio, em Cap Ferrat, Côte d'Azur, batizada de Villa Leopolda -luxo só.
Quanto ao lado família, os três irmãos, Edmond, Joseph e Moise eram, sim, unidos. Mas a vida -e principalmente os negócios- acabou colocando Joseph e Moise, que moram em São Paulo, de um lado, e Edmond de outro. Tanto que chegaram a se separar, já que as divergências no comando do Republic National Bank, braço comandado por Edmond em Nova York, nunca foram superadas. Depois disso, as relações familiares nunca mais foram as mesmas -e o assunto sempre foi comentado muito discretamente em São Paulo, assim como tudo o que dizia respeito à família Safra. Quanto menos aparecessem, para eles, melhor. Eram tipo "intocáveis" -mas que eram alvo, aliás, o principal deles, na comunidade judaica, isso eram.
A inauguração da luxuosa sinagoga que mandaram construir na rua Veiga Filho, em Higienópolis, foi um marco. E, apesar dos pesares, sempre que vinha ao Brasil, Edmond, o irmão mais velho , ia lá nos dias sagrados do shabat, às sextas e sábados.
Agora, tudo isso virou uma outra história, que vai ficar, não para uma outra vez -e sim, para nunca mais.


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