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Nova regra do BC valerá para todos
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, afirmou ontem que, se o Banco Central tornar mais flexíveis as regras de exigência de patrimônio mínimo dos
bancos para cobrir operações
com moedas estrangeiras, as alterações valerão para todas as instituições financeiras.
O BC estuda a medida a pedido
do BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Com as mudanças, o banco oficial ganhará mais capacidade para realizar empréstimos,
sem alterar sua atual estrutura patrimonial e sem necessidade de
injeção de recursos do Tesouro.
As mudanças, confirmadas pelo
BC, permitirão ao BNDES elevar
seu programa de empréstimos
em R$ 7 bilhões a partir de 2004.
"Se houver um processo de
aprimoramento [das regras], obviamente vai ser aplicado a todo
mundo", afirmou Levy. "O
BNDES vai tomar providências
dado que seu balanço foi se alterando ao longo do ano e é importante que agora adote mecanismos que neutralizem esse impacto. Isso não quer dizer que o governo vai estar produzindo diversas regras para o banco."
Na avaliação do secretário, o
BNDES "não precisa disso". "Ele
tem muito mais dentro dele para
estar precisando de regras e facilidades do Banco Central", afirmou
Levy. Para ele, essa não é a medida
mais importante para fortalecer a
instituição. "Não necessariamente no curto prazo é o que vai dar
mais contribuição ao BNDES."
Pelas regras atuais do BC, um
banco que realizou empréstimo
em determinada moeda estrangeira precisa cobrir a operação
com garantias na mesma moeda
ou ter capital equivalente à metade do valor do empréstimo.
A mudança em estudo pelo BC
beneficia principalmente o
BNDES, pois o banco costuma fazer captação de recursos em vários países para emprestar a tomadores nacionais. Com a mudança nas exigências pelo BC, o
banco de fomento teria que manter um volume menor de garantias para cobrir tais operações.
Levy declarou também que as
regras de exposição cambial dos
bancos estão sempre sendo analisadas pelo BC. Ele acrescentou
que há um ano e meio houve necessidade de tornar tais regras
mais duras devido à alta volatilidade do câmbio.
Ele esclareceu que o BNDES não
tem posições em câmbio, mas sim
ativos e passivos de longo prazo
em diversas moedas estrangeiras.
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