São Paulo, quarta-feira, 05 de janeiro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Ata do Fed gera temor de alta de juros nos EUA e leva Bovespa a perder 3,4%; risco-país e dólar sobem

Bolsa cai a menor nível em quase um mês

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa despencou 3,40% e foi a seu menor nível em quase um mês. A queda das Bolsas norte-americanas após a sinalização da continuidade do aumento de juros nos EUA repercutiu negativamente no mercado local.
A esse cenário somou-se a realização de lucros que já ocorria desde segunda-feira na Bolsa. Com isso, nenhuma das 53 ações que compõem o Ibovespa (principal índice da Bolsa) escapou de fechar em baixa. Nos dois primeiros dias de negócios de 2005, a Bovespa já perdeu 5,15%.
A divulgação da ata da última reunião do Fed (o banco central americano) derrubou as ações nos EUA: em Nova York, o Dow Jones recuou 0,92%, e a Bolsa eletrônica Nasdaq caiu 2,06%.
O Fed demonstrou na ata ainda ter preocupações com pressões inflacionárias. Os investidores sabem que o remédio para a alta dos preços é a elevação dos juros. E taxas mais altas estimulam a venda de ações e a compra de títulos públicos, que pagam juros.
A elevação dos juros norte-americanos sempre é uma má notícia para os países emergentes. Grandes investidores podem se sentir motivados a vender títulos de emergentes -como o Brasil- para comprar papéis dos EUA.

Risco em alta
Os principais títulos da dívida brasileira já refletiram esse sinal negativo ontem. O Global 40 caiu 1,52%. Os C-Bonds perderam 0,67%. O movimento fez o risco-país brasileiro ficar acima dos 400 pontos. Às 19h, o indicador estava em 401 pontos, em alta de 4,16%.
O dólar não escapou e subiu 0,93% diante do real, para fechar vendido a R$ 2,700. O BC marcou presença e realizou seu já habitual leilão de compra de moeda.
Com o dólar em níveis considerados baixos e a fraca demanda por hedge, o BC decidiu resgatar o lote de US$ 1,052 bilhão em dívida cambial que vence no dia 12.
Na BM&F, os juros dos contratos de vencimento mais curto subiram um pouco, mas nada que alterasse a previsão predominante no mercado de que a Selic (taxa básica) subirá 0,5 ponto percentual neste mês.
A redução da alíquota do IR para as operações no mercado acionário de 20% para 15%, que passou a vigorar neste mês, também contribuiu para que investidores se desfizessem de ações na Bovespa para embolsar recentes lucros acumulados. (FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Bebidas: Conar suspende anúncio da AmBev na TV
Próximo Texto: O vaivém das commodities
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.