São Paulo, quarta-feira, 05 de janeiro de 2005

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INADIMPLÊNCIA

Segundo a associação comercial, resultado é o melhor desde 1967

Mais pessoas limpam o nome em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez na história do crédito do comércio paulista -a primeira foi 37 anos atrás-, o volume de pessoas que pagou suas dívidas e limpou o nome na praça em dezembro superou o montante daqueles que entraram na lista de devedores no varejo.
Os dados foram apresentados ontem pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo) que tem o mais antigo banco de dados de consumidores devedores da capital paulista.
Segundo o balanço mensal, o número de registros de inadimplentes que pagaram os seus débitos atingiu 369.798 em dezembro. No mesmo mês, 319.548 pessoas tornaram-se inadimplentes. Isso resulta num saldo positivo de mais de 50 mil consumidores.
A última vez em que os cancelamentos superaram os recebimentos foi em dezembro de 1967.
Existe desde o final de 2003, quando começou a crescer essa onda de consumidores limpando os nomes, uma forte expectativa de que as pessoas voltassem a comprar com maior ímpeto. A chegada do 13º salário, a redução na taxa de desemprego e o aumento da massa salarial ajudaram nesse resultado.
No entanto, esse movimento de retorno dos ex-inadimplentes às lojas ainda é gradual e lento.
Tanto que as vendas a prazo e à vista crescem de forma menos veloz do que a calculada em previsões passadas por líderes do varejo. Por exemplo: o número de consulta ao sistema chamado SCPC (Sistema Central de Proteção ao Crédito) da ACSP, que é um termômetro das vendas a prazo, subiu 6% em 2004 em relação a 2003.
No caso do UseCheque, outro indicador que mede as vendas à vista, a alta foi de 2,2%. Portanto, na média, a expansão é de cerca de 4% na venda total do varejo da capital em 2004 em relação ao ano anterior. O resultado é considerado bom, mas inferior ao esperado pelas entidades.
Calculava-se um aumento nas vendas do comércio paulista que ultrapassasse a taxa de 5% em 2004. O próprio nível de encomendas de itens de bens de consumo das lojas à indústria, durante o ano, atingiu a taxa média de 10%.

Dezembro tímido
Os dados elaborados pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, mostram que o número de consultas ao SCPC apresentou desaceleração na taxa de crescimento em dezembro de 2004.
As consultas na venda pelo SCPC no mês passado subiram apenas 3% em comparação com o mesmo período de 2003. Em novembro, em relação ao mesmo mês de 2003, a alta foi maior, de 5,5%.
Ou seja, ocorreu uma redução na velocidade de expansão da demanda em comparação a meses anteriores.
Porém, como os resultados de dezembro de 2003 atingiram bons patamares e, portanto, a base de comparação é forte, pode ser natural registrar em dezembro de 2004 uma taxa menos elevada.
Já em relação a janeiro, se as promoções criadas pelo varejo nos últimos dias invadirem o restante do mês, pode ser que o resultado surpreenda.
(ADRIANA MATTOS)


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