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INADIMPLÊNCIA
Segundo a associação comercial, resultado é o melhor desde 1967
Mais pessoas limpam o nome em SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela segunda vez na história do
crédito do comércio paulista -a
primeira foi 37 anos atrás-, o volume de pessoas que pagou suas
dívidas e limpou o nome na praça
em dezembro superou o montante daqueles que entraram na lista
de devedores no varejo.
Os dados foram apresentados
ontem pela ACSP (Associação
Comercial de São Paulo) que tem
o mais antigo banco de dados de
consumidores devedores da capital paulista.
Segundo o balanço mensal, o
número de registros de inadimplentes que pagaram os seus débitos atingiu 369.798 em dezembro.
No mesmo mês, 319.548 pessoas
tornaram-se inadimplentes. Isso
resulta num saldo positivo de
mais de 50 mil consumidores.
A última vez em que os cancelamentos superaram os recebimentos foi em dezembro de 1967.
Existe desde o final de 2003,
quando começou a crescer essa
onda de consumidores limpando
os nomes, uma forte expectativa
de que as pessoas voltassem a
comprar com maior ímpeto. A
chegada do 13º salário, a redução
na taxa de desemprego e o aumento da massa salarial ajudaram
nesse resultado.
No entanto, esse movimento de
retorno dos ex-inadimplentes às
lojas ainda é gradual e lento.
Tanto que as vendas a prazo e à
vista crescem de forma menos veloz do que a calculada em previsões passadas por líderes do varejo. Por exemplo: o número de
consulta ao sistema chamado
SCPC (Sistema Central de Proteção ao Crédito) da ACSP, que é
um termômetro das vendas a prazo, subiu 6% em 2004 em relação
a 2003.
No caso do UseCheque, outro
indicador que mede as vendas à
vista, a alta foi de 2,2%. Portanto,
na média, a expansão é de cerca
de 4% na venda total do varejo da
capital em 2004 em relação ao ano
anterior. O resultado é considerado bom, mas inferior ao esperado
pelas entidades.
Calculava-se um aumento nas
vendas do comércio paulista que
ultrapassasse a taxa de 5% em
2004. O próprio nível de encomendas de itens de bens de consumo das lojas à indústria, durante o ano, atingiu a taxa média de
10%.
Dezembro tímido
Os dados elaborados pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal,
da ACSP, mostram que o número
de consultas ao SCPC apresentou
desaceleração na taxa de crescimento em dezembro de 2004.
As consultas na venda pelo
SCPC no mês passado subiram
apenas 3% em comparação com o
mesmo período de 2003. Em novembro, em relação ao mesmo
mês de 2003, a alta foi maior, de
5,5%.
Ou seja, ocorreu uma redução
na velocidade de expansão da demanda em comparação a meses
anteriores.
Porém, como os resultados de
dezembro de 2003 atingiram bons
patamares e, portanto, a base de
comparação é forte, pode ser natural registrar em dezembro de
2004 uma taxa menos elevada.
Já em relação a janeiro, se as
promoções criadas pelo varejo
nos últimos dias invadirem o restante do mês, pode ser que o resultado surpreenda.
(ADRIANA MATTOS)
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