São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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Procura por "flex" deve seguir forte

ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A forte demanda pelos automóveis bicombustíveis não deve ser afetada pela recente disparada no preço do álcool. Para especialistas e na visão da indústria, o problema é pontual e a compra de um carro modelo "flex" é realizada com planos de obter uma economia a longo prazo.
De cada dez carros vendidos hoje no país, sete aceitam gasolina e álcool e esse mercado só cresce, de forma quase ininterrupta, desde o início de 2004. Mesmo em novembro e dezembro, meses em que o preço do álcool voltou a subir com o início da entressafra, a demanda continuou elevada, informam as indústrias.
Segundo Rafael Schechtman, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura) e professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), a elevação no valor cobrado pelo álcool não deve ter influência no mercado "flex" principalmente pelo fato de que não se paga mais pela tecnologia. "Para certos modelos de carros, só há o bicombustível", diz o especialista.
Um exemplo é o Gol Power 2006, da Volkswagen, vendido apenas no "flex", por R$ 33.321 (média) no comércio virtual pela internet. No caso do Palio Fire 1.0 (básico), há o modelo "flex" e a gasolina. O primeiro sai por R$ 23.990, em média, e o segundo, por R$ 23.630 -uma diferença de apenas 1,5% a mais no caso do bicombustível.
"Já era conhecido o risco de subida no preço do combustível, mas isso é algo temporário, que deve voltar a se normalizar dentro de poucos meses, com o momento de colheita da cana", afirma Schechtman.
De janeiro a novembro, foram vendidos 755,8 mil carros modelo bicombustível no país -volume 62,3% superior aos 284,5 mil do mesmo intervalo em 2004. Só em novembro, foram 104 mil unidades, número recorde para um mês.


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