São Paulo, quinta-feira, 05 de janeiro de 2006

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TERMÔMETRO

Brasil fica em 81º lugar após subir nove posições, com melhoras nos quesitos carga fiscal e política monetária

País sobe em ranking de liberdade econômica

DA REDAÇÃO

O Brasil subiu nove posições no ranking de liberdade econômica feito pela americana Heritage Foundation, alcançando o 81º lugar entre 155 países, com uma pontuação de 3,08, ante 3,20 no ano passado.
O país continua na categoria dos países "majoritariamente não-livres", mas houve melhoras nos quesitos carga fiscal e política monetária.
No quesito carga fiscal, o Heritage diz que os gastos do governo como porcentagem do PIB (Produto Interno Bruto) caíram um ponto percentual em 2004, ante queda de 0,9 ponto percentual em 2003, o que levou a uma melhora de 0,2 ponto percentual na nota do país nessa categoria.
Já a pontuação atribuída à política monetária melhorou um ponto porque a inflação média de 1995 a 2004 foi de 8,65%, ante 12,34% de 1994 a 2003.
O "2006 Index of Economic Freedom" do centro de pesquisas usa dados de 2004. A pesquisa avalia, para cada país, 50 variáveis divididas em 10 categorias. Cada categoria, como carga fiscal ou intervenção do governo na economia, recebe uma nota de 1 a 5, sendo 1 a melhor nota a ser obtida. A média das dez categorias dá a nota do país, usada no ranking.

Problemas
O relatório da Heritage diz que a economia brasileira "ainda tem problemas estruturais que diminuem as chances de crescimento a longo prazo".
A fundação diz ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prejudicou as possibilidades de expansão ao aumentar voluntariamente a meta de superávit fiscal estabelecida pelo FMI (Fundo Monetário Internacional). "Em março de 2005, o Brasil decidiu não renovar seu acordo com o FMI, mas continua seguindo as recomendações acordadas anteriormente, incluindo um regime tributário pesado", diz o relatório.
A fundação vê ainda outros obstáculos ao investimento estrangeiro de longo prazo e ao crescimento econômico, como o sistema tributário confuso, barreiras ao investimento em alguns setores, Poder Judiciário fraco e um "labirinto regulatório".
O relatório diz sobre a estrutura regulatória do Brasil que ela é "pesada e não inteiramente transparente" e que o mercado de trabalho é "altamente rígido". Além disso, a Heritage diz que o Departamento de Comércio dos EUA considera que a corrupção é um "problema persistente" no país.
Na América Latina, 15 países melhoraram sua pontuação em relação ao relatório do ano passado e dez viram sua pontuação cair. A região continua tendo três países considerados "reprimidos" (Venezuela, Cuba e Haiti) e apenas uma economia considerada "livre" (Chile).
O posto de economia mais livre do mundo segundo a Heritage ficou novamente com Hong Kong, com pontuação de 1,28, seguido por Cingapura, com 1,56 ponto. Os Estados Unidos voltaram ao "top 10", ficando no 9º lugar após ocupar a 12ª posição em 2005.


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