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São Paulo, quarta-feira, 05 de fevereiro de 2003

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BC ignora "risco guerra" ao estimar superávit

ANDRÉ SOLIANI
NEY HAYASHI DA CRUZ

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A projeção do resultado da balança comercial para este ano feita pelo Banco Central não leva em consideração as principais ameaças em relação às contas externas brasileiras, tais como uma eventual guerra entre os Estados Unidos e o Iraque ou a possibilidade de uma nova disparada do dólar.
O BC estima que o país conseguirá um superávit comercial de US$ 15 bilhões em 2003. No ano passado, o país fechou o ano com um saldo de US$ 13,130 bilhões, o melhor resultado dos oito anos de governo do presidente FHC.
Para fazer as projeções, o BC pressupõe que os resultados ocorridos nos últimos meses vão se manter de agora em diante. Para chegar aos US$ 15 bilhões de superávit em 2003, o BC tirou a média dos saldos obtidos entre novembro e dezembro de 2002.
Isso levou a um superávit mensal médio de US$ 1,5 bilhão, o que, projetado para um período de 12 meses, apontaria um resultado de US$ 18 bilhões. Por acreditar que o número seria muito otimista, foi arredondado para baixo, chegando-se aos US$ 15 bilhões.
Isso significa que o governo não sabe o que aconteceria com as exportações brasileiras, por exemplo, se o dólar subisse 10% neste ano ou se o preço do petróleo disparasse, já que os modelos estatísticos utilizados não levam esses parâmetros em consideração.
"Esse procedimento, embora simples, é eficiente, se comparado a métodos mais sofisticados de projeção, para horizontes que não ultrapassem dois anos", diz o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.


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