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BC ignora "risco guerra" ao estimar superávit
ANDRÉ SOLIANI
NEY HAYASHI DA CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A projeção do resultado da balança comercial para este ano feita
pelo Banco Central não leva em
consideração as principais ameaças em relação às contas externas
brasileiras, tais como uma eventual guerra entre os Estados Unidos e o Iraque ou a possibilidade
de uma nova disparada do dólar.
O BC estima que o país conseguirá um superávit comercial de
US$ 15 bilhões em 2003. No ano
passado, o país fechou o ano com
um saldo de US$ 13,130 bilhões, o
melhor resultado dos oito anos de
governo do presidente FHC.
Para fazer as projeções, o BC
pressupõe que os resultados ocorridos nos últimos meses vão se
manter de agora em diante. Para
chegar aos US$ 15 bilhões de superávit em 2003, o BC tirou a média dos saldos obtidos entre novembro e dezembro de 2002.
Isso levou a um superávit mensal médio de US$ 1,5 bilhão, o que,
projetado para um período de 12
meses, apontaria um resultado de
US$ 18 bilhões. Por acreditar que
o número seria muito otimista, foi
arredondado para baixo, chegando-se aos US$ 15 bilhões.
Isso significa que o governo não
sabe o que aconteceria com as exportações brasileiras, por exemplo, se o dólar subisse 10% neste
ano ou se o preço do petróleo disparasse, já que os modelos estatísticos utilizados não levam esses
parâmetros em consideração.
"Esse procedimento, embora
simples, é eficiente, se comparado
a métodos mais sofisticados de
projeção, para horizontes que não
ultrapassem dois anos", diz o chefe do Departamento Econômico
do BC, Altamir Lopes.
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