DA REDAÇÃO

A fuga dos investimentos de risco contagiou os principais mercados do planeta. Na expectativa do pronunciamento do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, hoje, nas Nações Unidas, os investidores venderam ações e dólares, enquanto procuravam aplicações mais seguras, como ouro e títulos do Tesouro norte-americano.
"Estamos num ambiente de pré-guerra, de aversão ao risco, e os investidores preferem títulos a ações", disse Gary Thayer, economista-chefe da corretora AG Edwards & Sons.
O índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York encerrou em queda de 1,2%. A Nasdaq, Bolsa de empresas tecnológicas, perdeu 1,3%.
De acordo com Thayer, havia grande ansiedade sobre o que Powell falará no Conselho de Segurança da ONU. Espera-se que o secretário mostre novas evidências de que o Iraque produz armas de destruição em massa.
As perdas foram puxadas pela AIG (American International Group), a maior seguradora do planeta, cujas ações caíram 6,6%. A desvalorização ocorreu depois que a empresa informou que subestimou suas despesas no último trimestre em US$ 1,8 bilhão e, além disso, está ampliando suas reservas para este ano, sob a previsão de aumento nos custos.
As informações divulgadas pela AIG afetaram as ações de todo o setor financeiro e de seguros, porque, para os analistas, outras empresas poderão enfrentar dificuldades semelhantes.
Na Europa, as seguradoras também estiveram entre os principais perdedores do dia, especialmente na Bolsa de Zurique, que perdeu 2,6%. A Bolsa que mais caiu no continente foi a de Frankfurt, com queda de 4,3%. Londres recuou 2,7%, e Paris, 3,2%.
"A comunidade financeira está apreensiva sobre como será a campanha no Iraque", afirmou Dana Johnson, diretora de pesquisa de mercados da corretora Banc One Capital Markets. "Precisamos compreender melhor como será a guerra, para estimar seus efeitos na economia e nos mercados."
A cotação do euro em relação ao dólar subiu 1% e ficou perto de seu maior valor em três anos. A moeda européia encerrou o dia sendo vendida a US$ 1,0863.