|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
OPERAÇÃO ZAQUEU
Eles estão presos
Promotor pede confisco de bens de 10 auditores
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O Ministério Público Federal
pediu ontem à Justiça o confisco
dos bens dos dez auditores fiscais
do Ministério do Trabalho presos
anteontem, em Manaus (AM),
sob a acusação de envolvimento
em um esquema de fraudes em
fiscalizações.
Com o pedido de confisco dos
bens, seguiu à 4ª Vara Federal um
pedido de manutenção das prisões preventivas dos auditores
por tempo indeterminado.
Anteontem, a Polícia Federal
prendeu 25 pessoas -dez fiscais,
sete empresários, sete executivos
e um contador- em Manaus durante a operação Zaqueu. Eles são
acusados de participar de um esquema de fraudes na fiscalização
dos ambientes e regularidade de
contratações trabalhistas.
Segundo o procurador Ricardo
Donini, a Justiça deve confiscar
apartamentos, terrenos e lanchas
dos auditores fiscais encontrados
durante as investigações.
"As provas apontam que esses
bens foram adquiridos mediante
propinas que os auditores recebiam para não multar ou para diminuir multas trabalhistas das
empresas", afirmou Donini. Segundo ele, a prática, se confirmada, configuraria crimes de corrupção passiva e concussão.
De acordo com Donini, 13 dos
outros 15 presos poderão ter as
prisões temporárias revogadas a
pedido do Ministério Público Federal, pois eles concordaram, em
depoimento, a ajudar nas investigações. Até o início da noite de
ontem, o juiz Dimes da Costa Braga não havia se pronunciado.
Donini afirmou que os empresários e executivos vão responder
em liberdade porque colaboraram com a polícia. "Eles confirmam o esquema de corrupção",
disse. As penas para os crimes dos
quais eles são acusados são de um
a quatro anos de prisão.
A Polícia Federal anunciou ontem que os diretores de empresas
Gianfranco Han, da LG Eletronics, e João Luís do Valle não foram incluídos no relaxamento de
prisões porque seus depoimentos
ainda não foram concluídos. Por
meio de um advogado. Han negou envolvimento no caso, como
também da LG Eletronics.
O esquema começou a ser desvendado pela PF em setembro do
ano passado, quando um empresário do setor de segurança privada denunciou ao Ministério Público Federal a tentativa de extorsão de um auditor fiscal.
A base das investigações são as
quebras dos sigilos fiscal, telefônico e bancário dos acusados, além
de escutas telefônicas autorizadas
pela Justiça. Os suspeitos foram
fotografados e filmados por agentes federais em situações em que
estariam fazendo "negócios".
Os fiscais envolvidos -quase
um quarto dos 39 em atividade no
Amazonas- são acusados de
atuar de duas formas: reduziam o
valor das multas decorrentes de
autuações ou faziam vistas grossas, deixando de fiscalizar empresas mediante pagamento de um
"salário" mensal.
Texto Anterior: Companhia diz manter produção Próximo Texto: Biossegurança: Acordo libera nova safra de transgênicos Índice
|