São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Após alta no início do dia, índice fecha negativo em 2,68%; suposta demissão é negada pelo BC

Boato de saída de Meirelles derruba Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Boatos sobre a demissão do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, serviram de pretexto para alimentar uma jornada de forte baixa na Bovespa. A Bolsa paulista, que iniciara o pregão de ontem com variação positiva (chegou a 1,96% de alta), impulsionada pelos índices favoráveis de inflação, amargou no fim uma queda de 2,68%.
Os boatos teriam começado em Nova York e chegaram às mesas dos operadores por volta das 15h, quando a Bolsa tinha ligeira queda (-0,39%). Comentava-se que Meirelles sentira-se incomodado com as declarações de Antonio Palocci Filho (Fazenda) assegurando a continuidade da queda de juros e com as divergências em torno da autonomia do BC.
A Bolsa chegou a cair 3,29%, mas aliviou as perdas após o BC distribuir nota negando os boatos. A assessoria do banco classificou o incidente de "bobagem". Mas, pouco depois, circulou outro boato -de que dois diretores do BC pensariam em deixar os postos, o que também foi negado.
Na avaliação de assessores de Meirelles, esse tipo de boato só pode ter sido passado por pessoas que perderam dinheiro no mercado financeiro nos últimos dias e que tentam diminuir o prejuízo.
O governo procurou negar que Meirelles esteja descontente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva devido a declarações de que o projeto sobre a autonomia não deve ser enviado ao Congresso. O discurso é que o banco já conta com uma autonomia informal.
Meirelles foi até convidado a participar da reunião ministerial de amanhã, a primeira após reforma no início do ano. Ele fará uma exposição sobre a situação econômica. Lula tem dito em conversas reservadas que julga "consistentes" as exposições de Meirelles.
Na esteira da boataria, o C-Bond, principal título da dívida do país, apresentou grande volatilidade, para encerrar em queda de 0,70%, cotado a 97,12% do seu valor de face. O risco-país subiu sete pontos, para 519 pontos.
O dólar fechou estável, a R$ 2,92 (variação de 0,03%). Após três dias, o BC voltou a realizar um leilão de compra para evitar que a cotação ficasse abaixo de R$ 2,90.
As taxas de juros do mercado futuro caíram, influenciadas pelo IPC da Fipe: os contratos com vencimento em janeiro de 2005 fecharam com taxa de 15,54% ao ano, ante 15,66% no dia anterior.


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