São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004

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VEÍCULOS

Reajuste médio é de 4,1% em janeiro; em fevereiro, deve haver mais aumento

Preço de carro tem maior alta desde 99

CLÁUDIA TREVISAN
RÔMULO NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os consumidores ainda não assimilaram o reajuste médio de 4,1% dos carros em janeiro, e algumas montadoras já divulgaram novos aumentos para fevereiro. O percentual do mês passado representou a maior remarcação mensal desde agosto de 1999, segundo levantamento de preços realizado pela Agência AutoInforme.
Desde ontem, os preços de toda a linha Fiat estão em média 2% maiores. A montadora distribuiu comunicado no qual afirma que o aumento complementa o reajuste de 3% adotado em janeiro. A Toyota deve anunciar hoje elevação de 3,0% a 3,5% nos preços da linha Corolla, que tiveram alta semelhante em janeiro.
Não há posição oficial das demais montadoras, mas a Folha apurou que o mercado espera que outras marcas elevem seus preços na próxima semana.
O reajuste de 4,1% de janeiro é o maior para um único mês desde que a AutoInforme começou a acompanhar os preços finais ao consumidor, em 99. Cláudio de Simone, coordenador da pesquisa, lembra que em todo o ano de 2003 a alta média foi de 5,3%.
Os preços poderão ter novo reajuste em março se o governo não prorrogar o acordo que reduz o IPI na fabricação de veículos, que termina no dia 29. "Se o acordo não for mantido, os preços sobem 3% no dia 1º de março", afirma Roberto Rodrigues Fiuza, presidente da associação das concessionárias Peugeot.
As montadoras afirmam que seus custos cresceram no segundo semestre de 2003, quando estavam impossibilitadas de fazer reajustes em razão do acordo. Um dos compromissos assumidos pelo setor foi a manutenção de preços até 31 de dezembro.
Além do reajuste salarial médio de 18% concedido em novembro, as montadoras apontam a alta no preço do aço como uma das principais razões para as remarcações. Ainda não está claro qual será o impacto para o setor da mudança na Cofins, cuja alíquota passou de 3% para 7,6%. A Anfavea afirma que ainda estão sendo realizados estudos sobre o assunto.
A alta de preços de janeiro coincidiu com a queda nas vendas de 9,7% em relação a dezembro e de 37,4% na comparação com janeiro de 2003, segundo dados da Fenabrave (entidade que representa as concessionárias).
Nas revendedoras, a troca da linha 2003 pela 2004 é apontada como razão para os reajustes.


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