São Paulo, terça-feira, 05 de março de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Possível rompimento entre PFL e PSDB causa tensão pela manhã, mas negócios se recuperam à tarde

Otimismo continua, apesar da crise política

DA REPORTAGEM LOCAL

As notícias políticas pré-eleitorais começaram a ter algum peso para as operações no mercado financeiro ontem.
Um possível rompimento entre PSDB e PFL levou certo nervosismo para os investidores pela manhã, embora os indicadores tenham se recuperado à tarde.
A instabilidade vem da crise detonada pela operação de busca e apreensão, realizada pela Polícia Federal em São Luís, de papéis da empresa Lunus, da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e de seu marido, Jorge Murad.
Durante boa parte do dia, o dólar oscilou bastante -entre alta de 0,68% e queda de 0,77%. A moeda norte-americana fechou em baixa de 0,60%, a R$ 2,33, seu menor valor em dois meses.
Houve notícias de que Bradesco, Vale do Rio Doce e Varig teriam fechado operações de captações. O mercado também já começa a repercutir antecipadamente a expectativa de ingresso de recursos, com a possível compra da Kaiser pela Molson. A aquisição da Garoto pela Nestlé ainda estimula o mercado.
A Bovespa também teve um dia de forte oscilação. Pela manhã, chegou a se desvalorizar em mais de 2%. Mas, no fim da tarde, estimulado pelas altas das Bolsas norte-americanas, o Ibovespa encerrou o dia em leve alta de 0,39%, em 14.471 pontos. O volume negociado foi de R$ 716,714 milhões.
A Bolsa teme que a tensão entre o PFL e o PSDB adie a votação, pelo Congresso, do fim da CPMF para a compra de ações. Mas prevalece no mercado o otimismo em relação ao bom cenário macroeconômico atual.

Soma
A compra da Soma (Sociedade Operadora do Mercado de Ativos) pela Bovespa deverá ser anunciada hoje, quando acaba o prazo dado pela Bolsa aos acionistas da Soma para aderirem à oferta de compra dos títulos. O negócio é estimado em cerca de R$ 1,5 milhão.
A Soma iniciou suas operações em novembro de 1996, com o objetivo de implantar no país o mercado eletrônico de ativos e facilitar o acesso de pequenas e médias empresas ao mercado acionário brasileiro. Esse mercado de balcão organizado (ações de empresas não-registradas nas Bolsas tradicionais) funciona no Rio.
(ANA PAULA RAGAZZI)


Com a Folha Online


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