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São Paulo, quarta-feira, 05 de março de 2003

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Incentivo rende emprego no ABC

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bombril ampliou a produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) em novembro do ano passado e gerou cerca de 300 empregos após conseguir incentivos fiscais no Estado de São Paulo.
As negociações com o governo foram feitas com a intermediação da Prefeitura de São Bernardo do Campo. Ao ampliar a produção, a empresa anunciou que pretendia investir cerca de R$ 70 milhões na unidade em cinco anos.
"Não tinha informação sobre o fato de a empresa ter ICMS zerado na produção e que o imposto era repassado [diferido" para o comércio varejista [de acordo com o decreto estadual 44.971, de 2000"", diz Ademir Silvestre, assessor do prefeito de São Bernardo. "Espero que eles ampliem ainda mais o emprego. Quanto mais a produção for desonerada, mais emprego a empresa pode criar e melhores salários pode pagar."
A Bombril buscou incentivos em 2002 sob a justificativa de que sua concorrente -a Prátika (dona da marca Assolan)- recebia incentivos em Goiás e enfrentava a concorrência em desvantagem.
"Não participamos das negociações, mas percebemos que a mão-de-obra empregada aumentou", diz José Carlos Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Produtos de Limpeza do Estado de São Paulo.
O salário médio pago pela Bombril, diz Pereira, é de R$ 820. "No setor, a média salarial é de R$ 1.200, se consideradas as empresas da Grande São Paulo e de Campinas." Essas regiões reúnem cerca de 18 mil trabalhadores.
Para o sindicalista, a guerra fiscal pode prejudicar os trabalhadores. "Quando a antiga Pardelli, que ficava em Itaquaquecetuba e produzia a Assolan, foi comprada pela Arisco, transferiram a fábrica para Goiás para pagar salário mínimo para o trabalhador", diz.
Em Goiás, 60% dos funcionários que trabalham na Prátika (dona da Assolan) recebem o piso da categoria no Estado: R$ 238 mensais. A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Goiânia, Roberto Ferreira, que representa 12 mil operários na região. "O importante é garantir o emprego. Depois, nas negociações com a empresa, os salários vão evoluindo." O sindicato informa que está negociando com a empresa aumento do piso para R$ 350 a partir deste mês e 25% de reajuste. As reivindicações fazem parte da campanha salarial dos trabalhadores. (FF e CR)

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