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Incentivo rende emprego no ABC
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bombril ampliou a produção
na fábrica de São Bernardo do
Campo (SP) em novembro do
ano passado e gerou cerca de 300
empregos após conseguir incentivos fiscais no Estado de São Paulo.
As negociações com o governo
foram feitas com a intermediação
da Prefeitura de São Bernardo do
Campo. Ao ampliar a produção, a
empresa anunciou que pretendia
investir cerca de R$ 70 milhões na
unidade em cinco anos.
"Não tinha informação sobre o
fato de a empresa ter ICMS zerado
na produção e que o imposto era
repassado [diferido" para o comércio varejista [de acordo com o
decreto estadual 44.971, de
2000"", diz Ademir Silvestre, assessor do prefeito de São Bernardo. "Espero que eles ampliem ainda mais o emprego. Quanto mais
a produção for desonerada, mais
emprego a empresa pode criar e
melhores salários pode pagar."
A Bombril buscou incentivos
em 2002 sob a justificativa de que
sua concorrente -a Prátika (dona da marca Assolan)- recebia
incentivos em Goiás e enfrentava
a concorrência em desvantagem.
"Não participamos das negociações, mas percebemos que a mão-de-obra empregada aumentou",
diz José Carlos Pereira, presidente
do Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias de Produtos de
Limpeza do Estado de São Paulo.
O salário médio pago pela Bombril, diz Pereira, é de R$ 820. "No
setor, a média salarial é de R$
1.200, se consideradas as empresas da Grande São Paulo e de
Campinas." Essas regiões reúnem
cerca de 18 mil trabalhadores.
Para o sindicalista, a guerra fiscal pode prejudicar os trabalhadores. "Quando a antiga Pardelli,
que ficava em Itaquaquecetuba e
produzia a Assolan, foi comprada
pela Arisco, transferiram a fábrica
para Goiás para pagar salário mínimo para o trabalhador", diz.
Em Goiás, 60% dos funcionários que trabalham na Prátika
(dona da Assolan) recebem o piso
da categoria no Estado: R$ 238
mensais. A informação é do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Goiânia, Roberto Ferreira,
que representa 12 mil operários
na região. "O importante é garantir o emprego. Depois, nas negociações com a empresa, os salários vão evoluindo." O sindicato
informa que está negociando com
a empresa aumento do piso para
R$ 350 a partir deste mês e 25% de
reajuste. As reivindicações fazem
parte da campanha salarial dos
trabalhadores.
(FF e CR)
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