São Paulo, sábado, 05 de março de 2005

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Justiça deixa bens de Canhedo indisponíveis

DA REPORTAGEM LOCAL

A juíza Renata Lotufo, da 2ª Vara de Execuções Fiscais da Justiça Federal, concedeu liminar anteontem que tornou indisponíveis os bens de Wagner Canhedo, presidente da Vasp. A decisão foi resultado de uma ação movida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), com quem a companhia aérea tem uma dívida estimada em R$ 820 milhões.
De acordo com informações do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, a medida se estende a 14 empresas que estão no nome do empresário. A partir dessa liminar, Canhedo não pode vender ou transferir os ativos de suas empresas. O INSS move outras duas ações para pedir a penhora dos bens do empresário.
Outros credores estão acompanhando de perto a movimentação que envolve o patrimônio de Canhedo. Os advogados da GE, por exemplo, para quem a Vasp deve cerca de R$ 60 milhões, estão analisando a liminar para avaliar se algum bem citado já foi penhorado pela empresa em outra ação.
Os credores movem esse tipo de ação para evitar que a empresa não pague suas dívidas.
A Vasp pode recorrer da liminar concedida pela juíza da 2ª Vara de Execuções Fiscais. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, a companhia aérea não fala de assuntos que estão correndo na Justiça.
No dia 2 de março do ano passado, Canhedo teve sua prisão decretada pela Justiça devido a dívidas com a Previdência Social. Canhedo foi acusado pelo INSS de ser depositário infiel: a empresa teria descontado a contribuição previdenciária dos funcionários, mas deixou de repassar os valores à Previdência Social.
Na época, foi divulgado que essa dívida superaria R$ 65 milhões. Em nota, na época, a Vasp contestou esse valor, dizendo que 90% do montante já estaria incluído no Refis, programa de refinanciamento de dívidas do governo.
O empresário, entretanto, foi libertado alguns dias depois, após seus advogados conseguirem um habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça).


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