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São Paulo, sábado, 05 de abril de 2003

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ECONOMIA BOMBARDEADA

Indicadores da OCDE sofrem nova queda e EUA fecham postos de trabalho além do previsto

Mundo pode estar perto de nova recessão

DA REDAÇÃO

A economia mundial atravessará dias de fraco crescimento nos próximos meses, independentemente da duração da guerra, é o que sugere uma série de indicadores publicados nesta semana. Instituições públicas e privadas começam a reduzir estimativas, e o globo pode amargar o terceiro ano seguido de recessão.
Ontem foram divulgados mais dois sinas de alerta: o índice de indicadores da OCDE sofreu nova queda, enquanto os EUA fecharam postos de trabalho em um ritmo muito mais acelerado do que o previsto.
Segundo a OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), seu índice composto de indicadores, que sinaliza o comportamento econômico nos próximos meses, recuou 0,5 ponto em fevereiro, para 120,4 pontos. O indicador é feito a partir de dados dos 30 países-membros da organização.
"Isso confirma a tendência que vem desde meados de 2002. Baixo crescimento ainda é a mensagem", disse Ronny Nilsson, economista da OCDE.
Já o Departamento de Trabalho dos EUA informou que a taxa de desemprego do mês passado ficou estável em 5,8%, mas foram fechadas 108 mil vagas -o triplo do que previam os analistas.
Os economistas de bancos subestimaram a deterioração da atividade mundial. Praticamente todos os indicadores divulgados recentemente se mostraram piores do que previam os analistas.
Mas as instituições começam a rever suas estimativas. O economista-chefe do banco Morgan Stanley, Stephen Roach, publicou um relatório em que prevê uma recessão global para este ano.
"As principais economias do mundo desenvolvido parecem ter recuado em fevereiro e em março. Fora isso, a Sars [pneumonia asiática" atingiu a até então resistente Ásia", disse Roach. "Estamos cortando nossa estimativa para o crescimento do PIB mundial em 2003 de 2,5% para 2,4%."
Não há uma definição de recessão mundial. Mas o Morgan Stanley e outras instituições (públicas e privadas) consideram que taxas inferiores a 2,5% sinalizam uma retração.
O Morgan Stanley é o primeiro banco a prever uma recessão global. Mas o Banco Mundial reduziu sua estimativa, que era de 2,5%, para 2,3%. De qualquer maneira, este será o terceiro ano seguido de baixo crescimento. Em 2001, o mundo avançou apenas 1,2% e, no ano passado, 1,7%.
Os analistas contavam com a guerra no Iraque e haviam incluído os possíveis efeitos do conflito em suas estimativas. O que ninguém esperava era o surgimento de uma epidemia que está minando a economia do Sudeste Asiático, justamente a mais ativa nos últimos três anos, com taxas de crescimento superiores a 4%.


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