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ECONOMIA BOMBARDEADA
Indicadores da OCDE sofrem nova queda e EUA fecham postos de trabalho além do previsto
Mundo pode estar perto de nova recessão
DA REDAÇÃO
A economia mundial atravessará dias de fraco crescimento nos
próximos meses, independentemente da duração da guerra, é o
que sugere uma série de indicadores publicados nesta semana. Instituições públicas e privadas começam a reduzir estimativas, e o
globo pode amargar o terceiro
ano seguido de recessão.
Ontem foram divulgados mais
dois sinas de alerta: o índice de indicadores da OCDE sofreu nova
queda, enquanto os EUA fecharam postos de trabalho em um
ritmo muito mais acelerado do
que o previsto.
Segundo a OCDE (Organização
para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), seu índice
composto de indicadores, que sinaliza o comportamento econômico nos próximos meses, recuou 0,5 ponto em fevereiro, para
120,4 pontos. O indicador é feito a
partir de dados dos 30 países-membros da organização.
"Isso confirma a tendência que
vem desde meados de 2002. Baixo
crescimento ainda é a mensagem", disse Ronny Nilsson, economista da OCDE.
Já o Departamento de Trabalho
dos EUA informou que a taxa de
desemprego do mês passado ficou estável em 5,8%, mas foram
fechadas 108 mil vagas -o triplo
do que previam os analistas.
Os economistas de bancos subestimaram a deterioração da atividade mundial. Praticamente todos os indicadores divulgados recentemente se mostraram piores
do que previam os analistas.
Mas as instituições começam a
rever suas estimativas. O economista-chefe do banco Morgan
Stanley, Stephen Roach, publicou
um relatório em que prevê uma
recessão global para este ano.
"As principais economias do
mundo desenvolvido parecem ter
recuado em fevereiro e em março.
Fora isso, a Sars [pneumonia asiática" atingiu a até então resistente
Ásia", disse Roach. "Estamos cortando nossa estimativa para o
crescimento do PIB mundial em
2003 de 2,5% para 2,4%."
Não há uma definição de recessão mundial. Mas o Morgan Stanley e outras instituições (públicas e privadas) consideram que
taxas inferiores a 2,5% sinalizam
uma retração.
O Morgan Stanley é o primeiro
banco a prever uma recessão global. Mas o Banco Mundial reduziu sua estimativa, que era de
2,5%, para 2,3%. De qualquer maneira, este será o terceiro ano seguido de baixo crescimento. Em
2001, o mundo avançou apenas
1,2% e, no ano passado, 1,7%.
Os analistas contavam com a
guerra no Iraque e haviam incluído os possíveis efeitos do conflito
em suas estimativas. O que ninguém esperava era o surgimento
de uma epidemia que está minando a economia do Sudeste Asiático, justamente a mais ativa nos últimos três anos, com taxas de
crescimento superiores a 4%.
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