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SP pisa no freio e puxa para baixo produção industrial
Após forte expansão de 2,8% em janeiro, produção recua 1,5% em fevereiro
IBGE qualifica desempenho de "acomodação", e não como inversão da tendência de crescimento; acumulado do bimestre indica alta
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após a forte expansão de
2,8% em janeiro, a indústria
paulista pisou no freio e sua
produção caiu 1,5% em fevereiro na taxa livre de efeitos sazonais. O desempenho refletiu a
retração das indústrias farmacêutica e automobilística naquele mês e foi determinante
para a queda média de 0,5% do
indicador da indústria nacional, segundo o IBGE.
Das 14 áreas pesquisadas pelo instituto, cinco registraram
resultados negativos, incluindo
São Paulo. Também se destacaram as quedas de Minas Gerais
(-1,6%) e Rio de Janeiro
(-0,9%). Os três Estados representam cerca de 60% da produção do setor. Ainda tiveram resultados negativos as indústrias de Amazonas (-2,4%) e
Paraná (-1,5%).
De janeiro para fevereiro, a
indústria farmacêutica viu sua
produção cair 33% na média
nacional sob impacto de férias
coletivas de algumas unidades.
Rio e São Paulo são os mais importantes pólos do setor.
Após meses seguidos de bons
resultados, a produção de veículos desacelerou em fevereiro,
diz Isabella Nunes, técnica do
IBGE responsável pela pesquisa. Como o setor tem peso significativo em São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e Paraná,
puxou para baixo a produção
nessas regiões.
Os melhores resultados regionais, por sua vez, ficaram
com Ceará (3,4%) e a Bahia
(2,8%). Os destaques foram os
ramos de alimentos e bebidas e
calçados, no caso cearense, e
das indústrias química e de papel e celulose, na Bahia.
Apesar da retração em importantes Estados na comparação com janeiro, Nunes diz que
o conjunto dos dados são positivos. Cita a expansão em todas
as áreas na comparação com
março de 2007.
Nessa base, as maiores altas
ficaram com Pernambuco
(18,8%), Goiás (18,1%) e Amazonas (17,4%). Na média nacional, a indústria cresceu 9,7%
ante março de 2007.
"Não se pode falar em uma
inversão de tendência [de crescimento da indústria]. O que
houve foi uma certa acomodação em fevereiro", diz Nunes.
No acumulado do primeiro
bimestre, houve expansão em
todas as regiões. A liderança ficou com o Amazonas (17,7%).
Em São Paulo, alta de 10,5%
-acima da média, de 9,2%.
Puxaram o setor, diz Nunes,
o aumento da demanda por
bens duráveis (veículos especialmente) e máquinas e equipamentos, além do bom desempenho de commodities
destinadas às exportações
(açúcar, siderúrgicos, petróleo
e minério de ferro).
No indicador dos últimos 12
meses, a produção se acelerou.
Esse dados, diz Nunes, indica
que a produção da indústria ganhou ritmo em todo o país.
Colaborou CIRILO JUNIOR ,
da Folha Online, no Rio
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