São Paulo, domingo, 05 de abril de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Pesquisa mostra recuperação das vendas do comércio em março

Depois de um início de ano muito ruim, o comércio varejista mostrou sinais claros de recuperação em março. As vendas apresentaram um crescimento de 0,5% em relação a fevereiro, segundo o Indicador Serasa Experian da Atividade do Comércio. Em janeiro, o comércio tinha caído 2% em comparação a dezembro, e, em fevereiro, a alta tinha sido de apenas 0,2%.
O mês de março indica que a economia pode estar começando a reagir, ainda que num ritmo lento. Mesmo se comparado ao ano passado, diminuiu significativamente o ritmo da desaceleração das vendas. O comércio cresceu 3,6% em março em relação ao mesmo mês do ano passado, mas em dezembro tinha crescido 7,5%; em janeiro, 5,1%; e, em fevereiro, 3,9%.
"Devagarinho, a economia começa a mostrar sinais de vida", diz o economista Luis Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian. "O paciente estava na UTI praticamente desenganado e agora piscou o monitor."
Essa recuperação do comércio em março foi puxada principalmente por dois setores: de veículos, motos e peças e de móveis, eletroeletrônicos e informática.
A alta do setor automotivo se explica pela redução do IPI e pela antecipação das compras, já que o benefício fiscal terminava no dia 31 de março e o anúncio de sua prorrogação só foi feito no final do mês.
Já o crescimento do segmento de móveis, eletroeletrônicos e informática se deve a dois fatores: queda de preços e melhora do crédito. Alguns produtos, principalmente de eletroeletrônicos e de informática, tiveram seus preços reduzidos em até 10% nesses últimos meses.
Além disso, o crédito para pessoa física se não voltou ao mesmo ritmo pré-crise, está quase lá. O grande problema continua sendo o crédito para pessoa jurídica.
Outros setores ainda continuam mostrando um desempenho muito ruim. É o caso, por exemplo, do segmento de material de construção, que caiu 6,8% em março em comparação ao ano passado. Em fevereiro, as vendas já tinham reduzido 11,6%, e, em janeiro, 6,3%. A expectativa é que a decisão do governo de baixar o IPI para material de construção melhore as vendas do setor.
O indicador calculado pela Serasa Experian, que é calculado com base nos dados de cerca de 6.000 empresas comerciais, tem apresentado resultados muito próximos aos da pesquisa de comércio do IBGE, apesar de seguirem metodologia, ponderações e abrangências diferentes. O dado do IBGE referente a março, no entanto, só será divulgado na segunda quinzena de maio.
Para Luis Rabi, essa recuperação do comércio pode servir de estímulo para, daqui a pouco, a indústria também seguir os mesmos passos.

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João Paulo Diniz espera faturar R$ 20 milhões neste ano com a Forneria San Paolo, que abriu seu terceiro restaurante, no início do ano, na Villa Daslu, em São Paulo. Diniz já tocava a unidade da rua Amaury, desde que a casa se desligou do grupo Fasano, no fim de 2007, e outra filial no Rio. Em 2008, segundo Diniz, a crise não impactou os negócios, que tiveram faturamento de R$ 13 milhões. No começo de 2009, as casas de São Paulo tiveram demanda baixa, que Diniz atribui à sazonalidade, mas a do Rio compensou. "Em São Paulo caiu o faturamento em janeiro e fevereiro, mas foi sazonal. E o fato de o Carnaval ter sido mais tarde prolongou o faturamento do Rio." Para 2009, não há previsão de mais unidades. Mas, para 2010, Diniz tem planos de abrir outra Forneria em SP ou expandir para outras capitais.

DENTRO DA CAIXA
Os fotógrafos Christian Maldonado e Marcelo Greco acabam de criar a editora Schoeler Editions para atuar no mercado de luxo de fotografia. Eles vão lançar portfólios limitados de fotógrafos para colecionadores. "Pela experiência dos portfólios franceses, sabemos que a partir do décimo volume o preço sobe cerca de 15% no mercado", diz Maldonado. A meta dele é lançar dez portfólios neste ano, com cerca de 60 unidades cada. Os primeiros cinco serão lançados neste mês, com o trabalho de fotógrafos como Cristiano Mascaro e Bob Wolfenson. O preço médio do portfólio, que contém de 18 a 20 fotos dentro de uma caixa artesanal, é de R$ 3.500 cada.

VIZINHANÇA
Fernando Henrique Cardoso e Alejandro Foxley, ex-chanceler chileno, lançam o livro "A Medio Camino", dia 15, em Santiago. A versão em português deve sair no Brasil em junho. O livro é resultado do trabalho de pesquisadores latino-americanos no projeto "Uma Nova Agenda Econômica e Social para a América Latina", coordenado pelo Instituto FHC e pela Corporación de Estudios para Latinoamérica.

MOTOR AQUECIDO
O volume de financiamento para aquisição de veículos contratado no Banco do Brasil no mês passado retornou ao patamar que registrava antes de sofrer os impactos da crise econômica. Em março, o resultado superou o montante de R$ 370 milhões -uma média diária superior a R$ 10 milhões.

LUZ ACESA
O grupo Day Brasil, revendedora da General Electric no país, acaba de fazer parceria para vender também lâmpadas da SloanLed. A empresa está de olho no mercado de LEDs, lâmpadas muito usadas para comunicação visual e que são 80% mais econômicas que as convencionais.

CONSULTA
A Fecomércio-RJ criou o Qualicred, que oferece aos empresários de pequeno porte informações sobre linhas de crédito, melhores taxas do mercado, negociação com bancos, antecipação de recebíveis e financiamento para capital de giro. O trabalho ficará disponível no site www.fecomercio-rj.org.br.

IDENTIDADE
A Abrid (associação de representantes da identificação digital) vai mostrar uma carteira de identidade digital na Cards 2009, que acontece entre os dias 27 e 29, em SP. O novo RG será emitido no formato de cartão com impressão a laser. O modelo permite emissão do documento com cadastro único.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI



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