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Diminuir o "spread" não é fácil, dizem especialistas
Medidas como cadastro positivo podem ter pouco impacto para baratear crédito
Na opinião de economistas, uma das saídas é estimular a concorrência entre bancos para promover redução
de suas margens de lucro
DA REPORTAGEM LOCAL
Diminuir o "spread" é exequível, mas não é fácil, alertam
especialistas. "Existem medidas viáveis que podem ser implantadas ao longo de um período. Não são soluções imediatas", ressalva Armando Castelar Pinheiro, professor da
UFRJ (Universidade Federal
do Rio de Janeiro) e analista da
Gávea Investimentos.
Embora o governo federal esteja reduzindo alguns tipos de
imposto -como os que incidem sobre produtos industrializados-, o espaço para esse tipo de ação fica cada dia menor
por causa da queda na arrecadação trazida pela crise. "Cortando as taxas de operações financeiras, teria que haver algum tipo de compensação, com
o aumento de outras", explica
Castelar.
Para melhorar a prevenção à
inadimplência, a instalação do
cadastro positivo, que relaciona os bons pagadores, poderia
trazer um avanço. "Quando
sair, é preciso cobrar dos bancos uma diminuição dos impostos, porque iniciativas anteriores -lembremos o caso da reforma da lei de falências de empresas, que facilitou a recuperação de financiamentos não
pagos- não se traduziram em
custos menores", frisa Roberto
Pfeiffer, diretor-executivo do
Procon.
No que diz respeito às margens de lucro das instituições
financeiras, é necessário estimular mais a concorrência nesse mercado, de acordo com os
analistas. "Os bancos públicos
teriam condições de contribuir
com tal processo", sugere
Abram Szajman, presidente da
Fecomercio SP.
Foi constituído, pela administração Luiz Inácio Lula da
Silva, um grupo composto por
técnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central que
estuda maneiras de reduzir o
"spread". Representantes da
Febraban (Federação Brasileira de Bancos) já tiveram reuniões com o secretário extraordinário para reformas econômico-fiscais, Bernard Appy. De
acordo com o presidente do BC,
Henrique Meirelles, algumas
conclusões já foram apresentadas ao CMN (Conselho Monetário Nacional).
(DENYSE GODOY)
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