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G20 marca o fim da hegemonia dos EUA e o início de uma era de maior regulação
DA BLOOMBERG
Os dirigentes mundiais deram os maiores passos rumo a
uma nova ordem mundial menos ditada pelos Estados Unidos, dotada de um setor financeiro mais regulamentado e um
maior papel para as instituições internacionais e os mercados emergentes.
No final da reunião de Londres, as autoridades do G20
produziram um plano de regulação que, segundo o presidente da França, Nicholas Sarkozy,
virou a página do modelo anglo-saxônico de livre mercado,
ao instaurar limites mais rígidos aos fundos de hedge (altamente especulativos) e outras
empresas de finanças. Os líderes também prometeram triplicar os recursos do FMI (Fundo
Monetário Internacional) e dar
mais voz à China e outras economias em desenvolvimento.
"É o fim de uma era", disse
Robert Hormats, vice-presidente do conselho administrativo do Goldman Sachs International, que ajudou a preparar
reuniões de cúpula para os presidentes dos EUA Gerald Ford,
Jimmy Carter e Ronald Reagan. "Os EUA estão perdendo
domínio, enquanto outros países estão ganhando influência."
O presidente dos EUA, Barack Obama, assinou um comunicado do G20 que, segundo o
Nobel de economia Joseph Stiglitz, repudiava a investida anterior dos norte-americanos
rumo ao livre capitalismo, frente às amarras impostas pelos
governos. "Este é um momento
histórico em que o mundo se
reúne e diz que "estávamos errados em defender a desregulamentação'", afirmou.
Ao ceder a esse ponto de vista, os dirigentes se permitiram
afirmar que "falhas relevantes"
de regulação tinham sido as
"causas fundamentais" da crise
do mercado que tentavam enfrentar. Para corrigir os erros e
tentar evitar uma reedição da
crise, eles prometeram impor
restrições mais severas aos fundos de hedge, às agências de
classificação de crédito, às operações de alto risco e à remuneração dos executivos.
"Países que defendiam a desregulamentação a qualquer
custo estão reconhecendo que
é necessário ter maior presença
do Estado para que essa crise
nunca mais se repita", disse a
presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
A reunião de cúpula se realizou em meio a especulações de
que a recessão mundial pode
estar esmorecendo. No entanto, relatório divulgado anteontem mostrou que o desemprego dos EUA alcançou seu maior
patamar em 25 anos.
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