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Companhia volta a tomar crédito com banco estatal
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Petrobras voltou ao guichê
dos bancos estatais no fim do
ano passado. Em dezembro, pegou um outro empréstimo de
R$ 1,583 bilhão com a Caixa
Econômica Federal e renovou
crédito de R$ 2 bilhões que tinha com o Banco do Brasil.
Em outubro, por causa da
crise internacional que secou
os financiamentos externos, a
estatal já havia tomado R$ 2 bilhões com a Caixa e outros R$
750 mil com o BB. À época, foi
criticada pelo presidente Lula
por estar absorvendo recursos
que deveriam ser direcionados
a empresas menores.
"Consideramos que os empréstimos tomados pela Petrobras no mercado doméstico
não chegam a afetar a disponibilidade de recursos para a economia como um todo, uma vez
que os valores de nossas transações são insignificantes perante os volumes operados pelos
bancos no Brasil", explicou a
empresa em resposta a perguntas enviadas pela Folha.
O maior financiador da Petrobras entre as instituições federais é o BNDES, com R$ 10,7
bilhões em 2008. Mas o banco
que mais aumentou a parcela
de financiamentos à empresa
foi a Caixa. Sem aparecer entre
os financiadores em 2007, fechou o ano com empréstimos
de R$ 3,6 bilhões à Petrobras.
No caso do BB, o saldo subiu de
R$ 601 milhões em 2007 para
R$ 5,1 bilhões no ano passado,
quase oito vezes mais.
As operações feitas com os
bancos públicos no fim do ano
tiveram como objetivo reforçar
o caixa e financiar as exportações. O empréstimo renovado
com o BB foi quitado antes da
data e recontratado nos mesmos R$ 2 bilhões originais.
Somados, os financiamentos
feitos pela Petrobras em bancos públicos chegam a R$ 19,4
bilhões -um aumento de 165%
em relação ao que havia sido
tomado em 2007.
Em seu balanço, a empresa
diz que houve um "retorno
consistente às captações no
mercado doméstico". As operações são justificadas pela "restrição de crédito internacional" e também pelo fim do limite de empréstimos que os
bancos nacionais podiam dar à
empresa. Uma decisão de outubro do Conselho Monetário
Nacional flexibilizou as regras
de financiamento da estatal.
A busca por dinheiro dentro
do Brasil, no entanto, aumentou a taxa de juros paga pela
empresa. Em 2007, a Petrobras
pagava juros acima de 12% sobre apenas R$ 219,3 milhões de
seus financiamentos de longo
prazo. No ano passado, R$ 7,1
bilhões foram tomados com juros acima dessa taxa.
"A crise provocou aumento
dos custos financeiros em todos os mercados. Quando se
trata de empréstimos em reais,
a taxa de juros é bem diferente
daquelas de empréstimos denominados em dólar", disse a
empresa. A volta da Petrobras
ao mercado brasileiro foi mais
intensa nos financiamentos de
longo prazo. Empréstimos no
exterior ainda são em maior
volume: R$ 31,1 bilhões dos R$
50 bilhões de operações com
prazo acima de um ano.
(LP)
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