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Fundos registram a maior fuga desde 2002
DA REPORTAGEM LOCAL
Juros em baixa, turbulência no
mercado externo e queda vertiginosa da Bolsa fizeram com que
abril fosse para os fundos de investimentos o pior mês desde setembro de 2002.
Dados do site Fortuna mostram
que os saques superaram as aplicações nos fundos de investimentos em R$ 1,49 bilhão. O saldo negativo é pequeno se comparado
ao tamanho da indústria de fundos, que conta hoje com patrimônio líqüido de R$ 476,4 bilhões.
Um dos principais destaques
negativos foram os fundos DI. Essa aplicação é formada por títulos
públicos e privados -em grande
parte pós-fixados. Como a tendência é a de juros em baixa no futuro, os saques nesses fundos já
começam a ganhar força.
A captação dos fundos DI ficou
negativa em R$ 2,75 bilhões no
mês passado. Os fundos de ações
também sofreram forte perda de
recursos, ficando com captação
negativa de R$ 523 milhões. A
Bolsa de Valores de São Paulo teve
perdas de 11,45% no mês passado,
o que pesou na decisão de muitos
investidores na hora de manter o
dinheiro no mercado acionário.
Para analistas, quem começa a
se tornar destaque positivo são os
fundos multimercados. Esse tipo
de aplicação representa riscos
maiores ao investidor. Mas, como
uma carteira de um fundo multimercado pode ser composta por
ativos de diferentes segmentos do
mercado (ações, títulos que seguem os juros, mercado futuro,
câmbio e outros), as chances de
ganhos também aumentam.
Levantamento feito pela Anbid
(Associação Nacional dos Bancos
de Investimento), até o dia 28,
mostra que os fundos multimercados estavam com captação líqüida em abril de R$ 3,06 bilhões.
"Com o atual cenário, era esperado que os fundos multimercados ganhassem espaço. Mas é importante o investidor pensar que
esse é um tipo de investimento
para o médio prazo, ou seja, a rentabilidade obtida deve ser julgada
boa ou não depois de um período
de pelo menos seis meses", diz José Alberto Tovar, sócio-diretor da
Arx Capital Management.
(FV)
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