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Companhia tem autonomia, diz Lula
DOS ENVIADOS A PUERTO IGUAZÚ
Apesar do tom conciliador e de
apoio à Bolívia, o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não desautorizou ontem o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que
afirmou que a empresa deixará de
investir no país de Evo Morales.
Lula disse que, "como qualquer
empresa", a companhia tem autonomia e só produzirá onde puder
obter retorno financeiro.
"[A Petrobras fazer] investimentos ou não é a decisão de uma
empresa que tem autonomia para
investir, que vai continuar investindo no estrangeiro, inclusive na
Bolívia, segundo os acordos que
possam ter entre a YPFB [a estatal
boliviana], o governo da Bolívia e
o governo brasileiro", disse Lula,
respondendo a uma pergunta sobre o futuro dos investimentos da
estatal brasileira.
"Como empresa, ela investirá
onde tiver possibilidade de investir e puder ter retorno de seus investimentos. Isso vale para Petrobras e vale para qualquer empresa
no mundo", completou Lula.
Publicamente, a Petrobras tem
reclamado do decreto boliviano
de nacionalização de hidrocarbonetos e dito o presidente da estatal, José Gabrielli, afirmou que a
empresa deixará de aplicar recursos na Bolívia.
Lula não fez comentários a respeito do impacto que futuros
acordos governamentais possam
ter sobre decisões da estatal brasileira. Também evitou comentar
diretamente as declarações de Gabrielli. "Eu acho que tudo que foi
falado até antes dessa reunião
pouco vale diante do que está escrito na nota [documento final do
encontro]. Primeiro, porque reconhecemos o papel da Bolívia
em definir sua soberania sobre as
riquezas minerais. Segundo, acertamos que vamos discutir as pendências bilateralmente entre o governo da Bolívia e o governo do
Brasil, e entre a Petrobras e a
YPFB", afirmou.
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