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Bolsa salta 6,6% e rompe 50 mil pontos
Valorização no ano ultrapassa 34%; entusiasmo dos investidores com economia chinesa faz ações subirem nos principais mercados
Desde o piso atingido com a crise, em outubro, índice Ibovespa já subiu 71,24%; para especialistas, ritmo de alta pode não se sustentar
Maurício Lima/France Presse
![](../images/b0505200901.jpg) |
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Operadores na BM&F; sinais de retomada animam mercados
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase oito meses, a Bovespa conseguiu voltar a romper os 50 mil pontos. Com fortes compras e alta generalizada,
a Bolsa encerrou o dia com valorização de 6,59%, em seu segundo melhor pregão do ano.
Com seus papéis de maior
peso em rota de alta, a Bolsa
não enfrentou dificuldades ontem para se manter longe do
vermelho, encerrando no pico
do dia, aos 50.404 pontos
-maior nível desde setembro
passado. A valorização acumulada no ano passou a ser de
34,23%. O dólar terminou com
baixa de 2,34%, a R$ 2,13.
As Bolsas também subiram
nas principais praças financeiras mundiais. Em Nova York, o
índice Dow Jones ganhou
2,61%. No mercado acionário
de Frankfurt, a valorização foi
de 2,79%. Em Hong Kong, a
Bolsa subiu 5,54%.
Sinais de retomada da atividade industrial na China foram
o catalisador da euforia que
pressionou as commodities no
mercado internacional e impulsionou os papéis de companhias de siderurgia e mineração por aqui. Da Ásia, também
veio a notícia, no fim de semana, da criação de um fundo de
emergência de US$ 120 bilhões.
A Bolsa da China subiu 3,33%.
Outros dados econômicos
animaram os investidores, como a melhora na atividade manufatureira da zona do euro e o
aumento das vendas pendentes
de moradias e dos gastos com
construção nos EUA.
O fato de a Bovespa estar fechada na sexta-feira, quando o
mercado de Nova York registrou ganhos, também favoreceu a recuperação de ontem.
Desde o piso de 29.435 pontos, atingido em 27 de outubro
do ano passado, o índice Ibovespa já subiu 71,24%.
A alta acelerada da Bovespa
tem levado analistas a falarem
em exagero e a preverem uma
realização de lucros mais consistente em breve. Todavia, dado o atual cenário de incertezas, não será grande surpresa se
a Bolsa brasileira mantiver sua
escalada, admitem.
"Não acredito que vamos ter
uma trajetória longa de alta. O
quadro internacional ainda é
muito incerto e inevitavelmente teremos realizações [vendas
de ações para embolsar ganhos]
pela frente", afirma Newton
Rosa, economista-chefe da Sul
América Investimentos.
"A Bolsa tem tido esse bom
desempenho muito por conta
do capital externo especulativo, que tem entrado forte. O
problema é se esse capital procurar, à frente, outro mercado
que se mostre mais interessante", diz Ricardo Tadeu Martins,
da corretora Planner.
Em abril, até o dia 28, os estrangeiros trouxeram para a
Bolsa R$ 3,13 bilhões líquidos
-melhor resultado em 12 meses. No pregão de ontem, as
compras feitas com capital externo se mantiveram consistentes. Tanto que o volume negociado atingiu R$ 7,2 bilhões
(74% acima da média diária de
2009). O pregão marcou um
novo recorde no número de negócios, ao serem realizadas
mais de 429 mil transações.
Ações para cima
Das 65 ações do Ibovespa,
apenas 3 não conseguiram
aproveitar o dia de ganhos
-Eletropaulo PNB, que caiu
1,28%, JBS ON, que perdeu
0,81%, e Telemar PN (-0,05%).
Os papéis do setor imobiliário, que já haviam sido destaque em abril, embalados pelo
pacote habitacional do governo, estiveram no topo. Para
Cyrela Realt, a alta foi de 14%;
Gafisa ganhou 11,34%; e Rossi
Residencial, 10,13%. Entre as
ações de maior peso na Bolsa,
destaque para Petrobras PN
(7,07%); Vale PNA (8,75%) e
Gerdau PN (8,91%).
(FABRICIO VIEIRA)
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