São Paulo, terça-feira, 05 de maio de 2009

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análise

Mercado vê sinal de vitória da China

JOHN AUTHERS
DO "FINANCIAL TIMES"

Os mercados acreditam que estejam vendo um sinal de vitória vindo da China. Acham que o país de alguma forma conseguiu realizar uma recuperação "em forma de V", depois de sua recente desaceleração, e que isso justifica adquirir ações em outros países.
Ontem, o índice CLSA de encomendas à indústria registrou forte elevação, o que conduz o setor industrial chinês de volta ao território da expansão. Trata-se do quinto ganho consecutivo e do primeiro resultado indicativo de expansão em nove meses. Em um gráfico, a queda e a recuperação tomam a forma de um perfeito V. Depois da quebra do Lehman Brothers, a recuperação data do pacote de estímulo que o governo chinês assinou em novembro.
Dados de outros países sugerem que eles também estão começando a exportar. A Coreia do Sul, para quem a China é um parceiro comercial vital, registrou três meses consecutivos de alta nas exportações. Os números de abril mostram alta de 44% ante o horrível resultado de janeiro. E ontem surgiram notícias de que as exportações do Brasil, fornecedor de commodities à China, estão em alta.
Tudo isso teve efeito dramático sobre as ações. Desde que caíram à sua mais baixa marca, no final do ano passado, as ações da Bovespa subiram 71,2%; o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 71,7%, e o índice composto de Xangai subiu em 50,2%.
Isso faz sentido? A recuperação chinesa, depois do risco de contração aberta que parecia provável alguns meses atrás, foi rápida a ponto de levar alguns analistas a questionar os dados. A ênfase chinesa em gastos do governo, em lugar de medidas que convençam os consumidores a poupar menos, não ajuda a combater os desequilíbrios mundiais de longo prazo.
Mas as ações em determinado momento pareciam destinadas a cair em alta velocidade ao abismo. A queda parece ter sido evitada. As ações dos mercados emergentes caíram muito mais que as dos mercados desenvolvidos, e por isso uma recuperação é justificada.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


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