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análise
Mercado vê sinal de vitória da China
JOHN AUTHERS
DO "FINANCIAL TIMES"
Os mercados acreditam
que estejam vendo um sinal de vitória vindo da
China. Acham que o país
de alguma forma conseguiu realizar uma recuperação "em forma de V", depois de sua recente desaceleração, e que isso justifica adquirir ações em outros países.
Ontem, o índice CLSA
de encomendas à indústria registrou forte elevação, o que conduz o setor
industrial chinês de volta
ao território da expansão.
Trata-se do quinto ganho
consecutivo e do primeiro
resultado indicativo de expansão em nove meses.
Em um gráfico, a queda e a
recuperação tomam a forma de um perfeito V. Depois da quebra do Lehman
Brothers, a recuperação
data do pacote de estímulo
que o governo chinês assinou em novembro.
Dados de outros países
sugerem que eles também
estão começando a exportar. A Coreia do Sul, para
quem a China é um parceiro comercial vital, registrou três meses consecutivos de alta nas exportações. Os números de abril
mostram alta de 44% ante
o horrível resultado de janeiro. E ontem surgiram
notícias de que as exportações do Brasil, fornecedor
de commodities à China,
estão em alta.
Tudo isso teve efeito
dramático sobre as ações.
Desde que caíram à sua
mais baixa marca, no final
do ano passado, as ações
da Bovespa subiram
71,2%; o Kospi, da Coreia
do Sul, subiu 71,7%, e o índice composto de Xangai
subiu em 50,2%.
Isso faz sentido? A recuperação chinesa, depois do
risco de contração aberta
que parecia provável alguns meses atrás, foi rápida a ponto de levar alguns
analistas a questionar os
dados. A ênfase chinesa
em gastos do governo, em
lugar de medidas que convençam os consumidores
a poupar menos, não ajuda
a combater os desequilíbrios mundiais de longo
prazo.
Mas as ações em determinado momento pareciam destinadas a cair em
alta velocidade ao abismo.
A queda parece ter sido
evitada. As ações dos mercados emergentes caíram
muito mais que as dos
mercados desenvolvidos, e
por isso uma recuperação
é justificada.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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