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São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2003

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INFRA-ESTRUTURA

Verba para obras viria do BNDES e do BID

Governo quer utilizar US$ 4 bilhões para transportes no Brasil e na AL

FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON

O governo brasileiro pretende empregar cerca de US$ 4 bilhões (cerca de R$ 11,7 bilhões) nos próximos três anos para financiar obras de infra-estrutura de transporte no Brasil e em outros países da América Latina.
O objetivo é promover a integração comercial da região.
A maior parte do dinheiro sairá do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e de um empréstimo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, o Brasil também quer dinheiro do BID para ajudar a financiar a renovação da frota de caminhões do país.
A idéia é utilizar cerca de R$ 2 bilhões ao ano, também com recursos do BNDES, para a substituição anual de 15 mil caminhões.
Furlan reuniu-se ontem em Washington com o presidente do BID, Enrique Iglesias, a fim de acertar os detalhes dos financiamentos. Não foi revelado, no entanto, quanto o BID emprestará.
O ministro deu a entender que a maior parte dos US$ 4 bilhões para obras de infra-estrutura na América Latina deve sair do próprio BNDES.
O Brasil já negocia com países vizinhos, segundo Furlan, a forma de amortizar os empréstimos.
No caso da Venezuela, por exemplo, onde estradas devem ser construídas ou melhoradas, o banco teria como garantia ao pagamento dos empréstimos parte da renda que o governo venezuelano obtém com o petróleo.
No caso do Peru, as novas estradas devem ser pedagiadas para cobrir os financiamentos.
O programa de renovação da frota de caminhões no Brasil deverá atender somente pessoas físicas e microempresas. Furlan afirma que esses dois segmentos representam 50% da frota de caminhões no país, que tem hoje uma idade média de 13 anos.
"O objetivo é aumentar a eficiência no transporte e reduzir custos." O BID, segundo Furlan, deve participar também de uma parceria com o Brasil para a montagem de um centro de biotecnologia em Manaus.
Furlan anunciou ainda que o BID deve financiar também um projeto de US$ 50 milhões para a promoção comercial de produtos brasileiros e da marca "Brasil", que deve ser incorporada a artigos vendidos no exterior.
Sobre as negociações comerciais entre o Brasil e os EUA, Furlan disse que o país está hoje no meio do "fogo cruzado" entre os americanos e os europeus.
"Não vamos nos mexer para não levar um tiro", disse Furlan, sugerindo que os americanos ""devem dar o primeiro passo" no sentido de fazer uma proposta que estimule o Brasil a participar da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). "Palavras podem convencer, mas um movimento arrasta", afirmou.


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