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LEITE DERRAMADO
Ação conta com apoio da PF; empresa diz que apóia diligências
BC investiga negociações
de US$ 184 mi da Parmalat
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Chega a US$ 184 milhões o valor da movimentação financeira
feita por unidades da Parmalat do
Brasil que está sendo investigada
pelo Banco Central. A suspeita é
que as informações contidas nos
contratos de câmbio fechados pelas empresas sejam falsas.
Segundo o BC, três processos
administrativos já foram concluídos e decidiram pela aplicação de
multas a empresas ligadas à Parmalat.
A condenação não é definitiva,
pois houve recurso ao CRSFN
(Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional), órgão
formado por membros do governo e do setor privado que julga,
em última instância, esses processos. Um desses recursos deve ser
julgado ainda neste ano, e o outro,
em 2005.
As investigações estão sendo
feitas em conjunto pelo Banco
Central e pela Polícia Federal.
No ano passado, o CRSFN já havia multado uma das subsidiárias
da Parmalat por operações irregulares no mercado de câmbio
que somavam US$ 335 mil.
Naquela ocasião, houve o que o
BC classifica de "sonegação de cobertura cambial" -ou seja, a empresa vendeu mercadorias para o
exterior, mas não trouxe para o
Brasil os dólares obtidos com essas exportações.
A crise da Parmalat teve início
no ano passado, quando a matriz
italiana revelou um rombo contábil de 3,95 bilhões no seu balanço. Como a empresa não tinha
caixa para honrar seus compromissos, acabou pedindo concordata.
Investigações sobre o escândalo
financeiro, um dos maiores ocorridos na Europa, causaram a prisão do fundador do grupo, Calisto
Tanzi, e de outros diretores da
companhia.
No Brasil, a Parmalat passou a
ter dificuldades para pagar aos
seus fornecedores. Em janeiro
passado, com dívida estimada em
US$ 1,8 bilhão, a empresa também pediu concordata.
Outro lado
Por meio de sua assessoria de
imprensa, a Parmalat do Brasil informou que "apóia as investigações que têm sido feitas" para que
se conheçam as causas da crise
enfrentada pela empresa.
A Parmalat é dirigida, desde
abril, por executivos indicados
pelo governo italiano e que, por
isso, não teriam participado de
eventuais operações irregulares
cometidas pela empresa nos últimos anos.
Ainda de acordo com a assessoria, a empresa tem pago seus fornecedores regularmente nos últimos meses e discute o pagamento
de débitos atrasados na Justiça, no
processo de concordata.
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