São Paulo, sábado, 05 de junho de 2004

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LEITE DERRAMADO

Ação conta com apoio da PF; empresa diz que apóia diligências

BC investiga negociações de US$ 184 mi da Parmalat

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Chega a US$ 184 milhões o valor da movimentação financeira feita por unidades da Parmalat do Brasil que está sendo investigada pelo Banco Central. A suspeita é que as informações contidas nos contratos de câmbio fechados pelas empresas sejam falsas.
Segundo o BC, três processos administrativos já foram concluídos e decidiram pela aplicação de multas a empresas ligadas à Parmalat.
A condenação não é definitiva, pois houve recurso ao CRSFN (Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional), órgão formado por membros do governo e do setor privado que julga, em última instância, esses processos. Um desses recursos deve ser julgado ainda neste ano, e o outro, em 2005.
As investigações estão sendo feitas em conjunto pelo Banco Central e pela Polícia Federal.
No ano passado, o CRSFN já havia multado uma das subsidiárias da Parmalat por operações irregulares no mercado de câmbio que somavam US$ 335 mil.
Naquela ocasião, houve o que o BC classifica de "sonegação de cobertura cambial" -ou seja, a empresa vendeu mercadorias para o exterior, mas não trouxe para o Brasil os dólares obtidos com essas exportações.
A crise da Parmalat teve início no ano passado, quando a matriz italiana revelou um rombo contábil de 3,95 bilhões no seu balanço. Como a empresa não tinha caixa para honrar seus compromissos, acabou pedindo concordata.
Investigações sobre o escândalo financeiro, um dos maiores ocorridos na Europa, causaram a prisão do fundador do grupo, Calisto Tanzi, e de outros diretores da companhia.
No Brasil, a Parmalat passou a ter dificuldades para pagar aos seus fornecedores. Em janeiro passado, com dívida estimada em US$ 1,8 bilhão, a empresa também pediu concordata.

Outro lado
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Parmalat do Brasil informou que "apóia as investigações que têm sido feitas" para que se conheçam as causas da crise enfrentada pela empresa.
A Parmalat é dirigida, desde abril, por executivos indicados pelo governo italiano e que, por isso, não teriam participado de eventuais operações irregulares cometidas pela empresa nos últimos anos.
Ainda de acordo com a assessoria, a empresa tem pago seus fornecedores regularmente nos últimos meses e discute o pagamento de débitos atrasados na Justiça, no processo de concordata.


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