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MERCOSUL
Brasil restringe exportações de móveis para a Argentina
THIAGO GUIMARÃES
DE BUENOS AIRES
Em mais uma concessão
brasileira na atual rodada de
negociações com a Argentina, o setor moveleiro do Brasil aceitou reduzir em 35%
suas exportações ao vizinho.
O acordo entre os setores
de móveis dos dois países foi
fechado ontem em Buenos
Aires, dentro da quarta rodada de negociações promovidas pelos governos desde
março como forma de reverter o mau momento do comércio bilateral, que registra
queda de 36% neste ano.
O Brasil já restringiu suas
exportações de baterias automotivas e de papel, enquanto os argentinos aceitaram limitar suas vendas de
leite em pó ao Brasil.
O acordo fechado ontem
envolve móveis de madeira
(escritório, cozinha, dormitório e outros).
O Brasil vendeu US$ 155
milhões em móveis à Argentina em 2008 -até março
deste ano, os embarques somavam US$ 16,5 milhões.
Depois disso, segundo José
Luiz Fernandez, presidente
da Abimóvel, a Argentina
"fechou" seu mercado por
meio de licenças não automáticas, que precisam de
aval do governo para serem
liberadas e são alvo de queixas de demora.
As negociações continuam
hoje com encontros dos setores de autopeças (freios e
embreagens), linha branca,
calçados, têxteis e leite em
pó. Também estavam previstas reuniões dos setores de
pneus, celulares e aerossóis,
canceladas de última hora
pelo governo argentino.
"Os empresários brasileiros estão muito revoltados
com isso [o cancelamento], e
a nós também nos preocupou, porque organizamos essas reuniões", afirmou o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento,
Ivan Ramalho. De acordo
com ele, o governo brasileiro
espera ter hoje uma explicação da Argentina sobre as razões do cancelamento.
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