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CONJUNTURA
Indicadores mostram que o fôlego da economia norte-americana poderá levar o Fed a elevar as taxas de juros
Desemprego cai e salário sobe nos EUA
MARCIO AITH
de Washington
O índice de desemprego nos Estados Unidos voltou a cair para
4,2% em maio, o patamar mais
baixo dos últimos 29 anos. A taxa
estava em 4,3%.
O número foi divulgado pelo Departamento de Trabalho, que informou ainda ter registrado um
aumento no valor médio do salário
pago por hora no país.
O mercado interpretou esses
dois índices como fatores que poderão levar o Fed (Federal Reserve,
o banco central norte-americano)
a elevar os juros de curto prazo
ainda na próxima reunião de seu
comitê de política econômica, que
começa no dia 29 de junho.
Medo de inflação
A combinação de desemprego
em queda com salário em alta é vista como explosiva para detonar
pressões inflacionárias. Há anos a
economia norte-americana cresce
sem parar, criando a expectativa
de que um dia o fôlego acaba.
Como resultado da divulgação
dos dois indicadores, o valor dos
T-Bonds (títulos da dívida norte-americana) de 30 anos, considerados o investimento mais seguro do
mundo, caiu US$ 2,81. Isso significa que os juros embutidos nesses
títulos subiram (de 5,92% para
5,96% ao ano).
Outros títulos do mercado norte-americano também foram afetados. O prêmio pago pelas notas de
dois anos do Tesouro, os mais negociados do mercado, subiram para 5,54%, os mais altos do ano
(quanto menor o preço do título,
maior o prêmio, seu rendimento).
Bolsas sobem
As Bolsas norte-americanas subiram ontem, depois de duas semanas praticamente ininterruptas
de queda. O índice Dow Jones subiu 1,1%. O Standard & Poor's 500,
2,2%.
A compra de ações se restringiu
aos títulos cujo valor havia caído
de forma exagerada recentemente,
principalmente nos setores de informática e farmacêutico.
O mercado teme que o Federal
Reserve volte a elevar para 5% ao
ano os juros de um dia dos empréstimos entre bancos, considerado um dos principais instrumentos com os quais a instituição
opera a política monetária do país.
A taxa do interbancário está em
4,75%.
A medida serviria para conter a
inflação, que, conforme o último
índice divulgado em maio, está
com tendência de alta.
Qualquer índice divulgado que
indique um aquecimento menor
da economia dos EUA tem sido interpretado como um sinal de que
os juros vão subir para conter a inflação. Índices mostrando um
aquecimento menos forte acalmam os mercados.
Menos vagas
Nos números divulgados ontem
pelo Departamento do Trabalho
havia também um que agradou aos
investidores, embora não tenha
prevalecido na formação do clima
geral dos mercados.
Em maio, o número de empregos
criados foi de 11 mil, abaixo do que
esperavam os investidores.
Conforme o raciocínio que se fizer, pode-se interpretar que, com
menos empregos criados, a economia está crescendo num ritmo menor. No entanto, o resultado dos
meses anteriores mostra que a velocidade de criação de empregos
ainda é forte.
2,9 milhões em um ano
Nos cinco primeiros meses deste
ano, a economia norte-americana
criou 981 mil novos postos de trabalho.
Em todo o ano de 1998, o número
de novos empregos foi de 2,9 milhões. Portanto, o aquecimento da
economia em 1999 tem sido intenso, mesmo se comparado com o
crescimento de 1998 e de 1997.
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