São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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MERCADO FINANCEIRO

Indefinição do BC tem "efeito reduzido"

da Reportagem Local

A indefinição da política de juros do Banco Central teve influência reduzida no mercado ontem. A taxa futura de juros projetada para julho sofreu ligeira alta, de 0,02 ponto percentual.
No mercado DI (contratos futuros lastreados em depósitos interbancários), a taxa para julho (vencimento em agosto) ficou em 21,91% -contra 21,89% de quarta-feira.
O presidente do BC, Armínio Fraga, disse, em Londres, que os juros de mercado poderiam subir, dependendo do comportamento da inflação. A taxa básica (Selic) está em 23,5%.
A alta no DI verificada ontem, no entanto, não foi atribuída totalmente à fala de Fraga. O comportamento dos juros futuros vem apresentando variação desde o dia 19 de maio, por causa da preocupação com a possibilidade de alta da taxa norte-americana.
A hipótese de aumento nos juros brasileiros não abalou a Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou em alta de 2,15%.
Como acontecera em toda a semana, a Bovespa seguiu o comportamento da Bolsa de Nova York, que registrou valorização de 1,28%. Os norte-americanos ficaram otimistas com a divulgação dos dados do desemprego no país, que caiu, em maio, apenas 0,1 ponto percentual.
A queda pequena foi considerada um sinal de que a economia não está aquecida demais e que, portanto, não é necessário o aumento nos juros.
O otimismo atingiu também os títulos das dívidas brasileiras. Os C-Bonds tiveram alta de 0,95% em relação a anteontem.
Por causa do feriado de Corpus Christi, muitos investidores se afastaram dos negócios brasileiros no pregão de ontem.
A Bolsa teve baixo volume financeiro (R$ 379,884 milhões). Na semana, a Bovespa movimentou média diária de R$ 481,125 milhões -queda de 30,46% em comparação com a semana passada.
No mercado de câmbio, a redução no fluxo de saída de dólares conteve a cotação da moeda. O dólar comercial registrou queda de 0,35% em relação a quarta-feira, cotado a R$ 1,736 para venda.
Nesta semana venceram US$ 700 milhões em dívidas de empresas brasileiras no exterior. A maior parte foi paga até quarta-feira, diminuindo a pressão no câmbio ontem. (MARCELO DIEGO)




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