São Paulo, Sábado, 05 de Junho de 1999
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CONJUNTURA
Camdessus pede maior cooperação entre EUA, Japão e Europa para manutenção da estabilidade internacional
FMI critica o desequilíbrio econômico

das agências internacionais

O euro voltou a bater novo recorde de baixa ontem e fechou cotado a US$ 1,0318, contra US$ 1,0350 do fechamento anterior.
A moeda única chegou a ser negociada a US$ 1,0275 na abertura dos mercados na Europa.
Desde seu lançamento, em 1º de janeiro deste ano, o euro se desvalorizou 11% em relação à moeda norte-americana.
O iene, a moeda japonesa, também registrou ligeira desvalorização e foi cotada a 121,66 por dólar. Na quinta-feira, um dólar valia 121,22 ienes.
O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Michel Camdessus, voltou a criticar ontem o desequilíbrio das economias da três principais potências mundiais.
"Assistimos à emergência de um sistema monetário tripolar, reforçada pelo recente lançamento do euro, mas os desempenhos econômicos das três zonas permanecem desequilibrados", disse, em discurso no Conselho de Relações Exteriores, em Nova York.
Camdessus ressaltou que Estados Unidos, Japão e Europa "não podem ignorar suas responsabilidades para manter a estabilidade do sistema monetário internacional" e pediu esforços para que as três regiões cooperem entre si.
"Há uma necessidade crescente de aprofundar a cooperação entre as principais potências industriais", disse Camdessus.
O diretor-gerente do Fundo evitou fazer comentários sobre a desvalorização do euro em relação ao dólar.
Os líderes dos 15 países da União Européia também evitaram fazer comentários sobre a nova queda do euro, ontem.
No encerramento da reunião de cúpula da União Européia, que aconteceu em Colônia, na Alemanha, os governantes apenas ressaltaram que a debilidade do euro é "temporária".
"O euro vai se fortalecer no futuro e a queda da moeda não nos preocupa", disse o futuro presidente da Comissão Européia, Romano Prodi. A comissão é o braço executivo da União Européia.
A reunião também não definiu nenhuma medida concreta para fortalecer o euro, o que contribuiu para a queda moeda no mercado.
De concreto, os 15 países da União Européia anunciaram seu apoio à "rápida adesão" da China à OMC (Organização Mundial do Comércio).
A condição imposta pela União Européia é que o ingresso da China se dê "com base no equilíbrio de interesses".
No relatório divulgado pela cúpula, os dirigentes europeus elogiam os esforços que a China e a Rússia têm feito para ingressar na organização.
Os líderes da UE ressaltaram ainda a necessidade de "maior liberalização do comércio mundial".


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