São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

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VEÍCULOS

Com queda de 17,7% nas vendas no semestre, objetivo é o mercado externo

Exportação é saída para montadoras

DA REPORTAGEM LOCAL

A assinatura de novos acordos comerciais, a exemplo do firmado anteontem com o México, e o pactuado com o Chile, se converteu em prioridade da indústria automobilística para enfrentar a retração das vendas internas.
Os resultados apresentados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) explicam o interesse: no mês passado, as vendas no atacado foram as piores, na comparação anual, desde junho de 1999. As montadoras entregaram às concessionárias 110,7 mil unidades -volume 19,8% menor em relação ao mesmo mês de 2001.
No total, as vendas no atacado (montadora/rede) de veículos nacionais e importados recuaram 17,7% no primeiro semestre em comparação a igual período de 2001. Foram vendidas 719 mil unidades, contra 874,2 mil em 2001. As montadoras instaladas no Brasil fabricaram 887,7 mil unidades, volume 9,7% menor do que o do mesmo período do ano passado.
""A indústria acumula ociosidade de 40% da capacidade em sua linha de produção. Precisamos sair para exportar", disse Ricardo Carvalho, presidente da Anfavea.
O fato é que o setor encontra um cenário externo também adverso no semestre: o volume exportado caiu 16,1%. As exportações somaram US$ 1,78 bilhão, contra US$ 2,12 bilhões em 2001.
Das frentes em que as montadoras apostam, a principal é com o México. O Brasil poderá exportar até 140 mil veículos nos 12 primeiros meses de vigência do acordo, com alíquota de impostos de 1%.
No ano passado, as exportações do Brasil para o mercado mexicano somaram US$ 1,10 bilhão e as importações, apenas US$ 203 milhões. Neste ano as montadoras pretendem aumentar de 14,9% para 20% a participação do México no total das exportações.
O acordo com o Chile prevê alíquota zero de impostos para uma cota de até 40 mil veículos leves neste ano. Desde 2001, as montadoras tentam fechar um acordo com a África do Sul -ainda neste ano haverá outra rodada de negociações com a União Européia.
A Anfavea admite rever projeções, mas mantém o discurso de que os resultados deste ano serão melhores dos que os de 2001. Pelas estimativas, a produção chegaria a 1,9 milhão de unidades (5% mais do que em 2001).
As vendas internas somariam 1,65 milhão de unidades (alta de 3%) e as exportações, US$ 4,5 bilhões (expansão de 10%).
(JOSÉ ALAN DIAS)


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