São Paulo, sexta-feira, 05 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DÍVIDA

Conjunto de papéis da dívida pública federal com esse vencimento passa de R$ 161,7 bilhões para R$ 214,1 bilhões

Total de títulos de 12 meses cresce 32,4%

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em pouco mais de um mês de turbulências no mercado financeiro, o total de títulos da dívida pública federal com vencimento em 12 meses aumentou 32,4%. Passou de R$ 161,7 bilhões para R$ 214,1 bilhões, o que representa um acréscimo de R$ 52,4 bilhões.
A mudança é resultado das trocas de papéis mais longos por outros de menor prazo que o governo está sendo obrigado a fazer para acalmar o nervosismo dos investidores. Influenciados principalmente pelo cenário político, eles querem títulos de prazos cada vez mais curtos.
Com as operações de troca, vencimentos pesados da dívida passaram a se concentrar no último trimestre deste ano e nos cinco primeiros meses do ano que vem.
Em outubro, mês do primeiro turno das eleições, estão previstos vencimentos da ordem de R$ 22,4 bilhões. Esse valor é quase três vezes maior do que os resgates esperados antes da crise. Para este ano, o maior acúmulo de vencimentos deverá ocorrer em novembro, quando o governo precisará resgatar R$ 32,7 bilhões.
O Tesouro conta com um "colchão" de R$ 50 bilhões para recomprar esses papéis caso haja dificuldades para a rolagem. O encurtamento da dívida vai na contramão da estratégia que vinha sendo traçada pelo Tesouro para alongar a dívida, tornando-a mais fácil de ser administrada.
No total, em 2003, o governo terá que rolar cerca de R$ 169,1 bilhões em dívidas no mercado, sendo que 57% vencem nos seis primeiros meses do ano.



Texto Anterior: Luís Nassif: A reestruturação da dívida e o calote
Próximo Texto: Vencimentos se concentram em abril
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.