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Oposição quer adiantar ainda mais as eleições
DE BUENOS AIRES
Dois dias depois de anunciar a antecipação da eleição presidencial em seis meses, o presidente argentino, Eduardo Duhalde, já começou a enfrentar pressões de diversos setores para adiantar ainda mais o pleito.
Ainda na terça-feira, quando Duhalde divulgou sua decisão de realizar a eleição em 30 de março, a deputada de oposição Elisa Carrió, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto para a Presidência, iniciou a campanha por
eleições mais breves. Para ela, Duhalde estaria tão fraco que teria
adiado sua renúncia, e não antecipado a eleição, ao marcar o pleito
para março.
Um dia depois, os reclamos de
Carrió já ganhavam apoio dentro
do próprio Partido Justicialista
(peronista, do presidente Eduardo Duhalde). Segundo a imprensa local, os governadores Juan
Carlos Romero (Salta) e Néstor
Kirchner (Santa Cruz) defenderam a realização da eleição ainda
neste ano durante a reunião de
governadores peronistas realizada na última quarta-feira. Para
Kirchner, esperar até março seria
como uma "eternidade".
No entanto, o partido decidiu
que Duhalde ficaria muito fraco
se sua proposta de realizar a eleição em março fosse desautorizada pelos próprios peronistas.
Por isso, 10 dos 14 governadores
peronistas assinaram carta de
apoio à decisão de Duhalde.
A população, no entanto, deu sinais de que prefere uma mandato
ainda mais curto. Segundo pesquisa do site do jornal "Clarín",
com 13.314 internautas, 59,6%
acham que a eleição deveria ser
antes de 30 de março, enquanto
35% apóiam a data fixada.
Em editorial publicado ontem,
o jornal espanhol "El Mundo"
afirmou que Duhalde vive uma
"patética solidão". O presidente,
segundo o diário, não teria legitimidade, apoio do partido peronista ou da população e fracassou em fechar o acordo com o FMI. Por isso, "ficou praticamente só" e resolveu adiantar as eleições.
Na mesma linha, o jornal britânico "Financial Times" disse que
a antecipação era "inevitável", mas reclamou que a data escolhida não seja mais próxima. (JS)
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