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Novo presidente do BC já reclama de Lavagna
DE BUENOS AIRES
Menos de 15 dias após tomar
posse, o novo presidente do Banco Central da Argentina, Aldo
Pignanelli, reclamou da falta de
independência da instituição e
deixou claro que tem vários pontos de divergência com o ministro
Roberto Lavagna (Economia).
Em sua primeira entrevista pública, Pignanelli atacou o plano de
Lavagna para flexibilizar as restrições bancárias impostas pelo curralzinho, que dá aos correntistas a
opção de trocar os depósitos congelados por bônus do governo.
Assim como o FMI (Fundo Monetário Internacional), Pignanelli
insistiu que a devolução obrigatória de títulos públicos aos correntistas possibilitaria um fim mais
rápido do curralzinho.
Horas depois, Pignanelli tentou
se retratar. Em nota divulgada pelo BC, ele afirmou ter "convicção
que o plano de bônus implementado pelo governo terá uma alta
aceitação dos correntistas".
As idas-e-vindas mostram que
as divergências do BC com o Ministério da Economia não foram
resolvidas após a substituição do
ex-presidente Mario Blejer por
Pignanelli. Blejer deixou o cargo
por achar que o ministro não respeita a independência do BC.
Mais bronca
Durante a entrevista, Pignanelli
também disse que vai exigir "autonomia" para tomar decisões sobre a política monetária. "Se ele
(Lavagna) estiver de acordo, bem.
Se não, sinto muito."
A política defendido por Pignanelli prevê a fusão dos bancos públicos argentinos, que precisam
ganhar "eficiência". Lavagna havia defendido dias antes a venda
de ações dessas instituições em
Bolsa para capitalizá-las.
Após afirmar que "não é o momento" para vender ações, Pignanelli acrescentou, novamente
com rispidez: "A banca pública
terá que cumprir com as normas
que serão definidas pelo BC."
O presidente do BC também
disse que, entre os cerca de 100
bancos que operam no país, só
haverá lugar para 40. Ele descartou, porém, que haja uma quebradeira no sistema financeiro, já que o enxugamento ocorreria com fusões.
(JS)
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