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Bolívia vê má-fé em negociação de combustíveis
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ
Em vez de diminuir, a lista
dos impasses criados entre a
Petrobras e a Bolívia depois
do decreto da nacionalização
dos hidrocarbonetos só aumenta. O problema agora é
que o governo Evo Morales
acusa a empresa brasileira de
agir de má-fé nas negociações do contrato de venda de
combustíveis à estatal YPFB,
que desde sábado assumiu o
monopólio da venda de combustível por atacado no país.
Sem um contrato assinado
com a Petrobras, o governo
boliviano emitiu, na última
sexta-feira, uma resolução
na qual obriga a Petrobras a
entregar combustível à
YPFB para assegurar o abastecimento do país.
A Petrobras Bolívia Refinación é proprietária de duas
refinarias, em Santa Cruz e
La Paz, responsáveis pela
produção de praticamente
todo o combustível consumido na Bolívia. Essas refinarias, aliás, foram nacionalizadas pelo decreto de 1º de
maio, mas até agora não houve um acordo para a transferência das duas plantas.
O impasse para a assinatura do contrato se refere ao
valor do transporte entre as
duas refinarias e os diversos
pontos de armazenamento
pelo país. A Petrobras afirma
que a proposta do governo
não cobre o custo desse
transporte, enquanto o governo acusa a estatal de querer se aproveitar da renovação do contrato para aumentar os preços.
A comercialização dos
combustíveis por atacado é a
primeira grande operação
assumida pela YPFB após a
nacionalização. Desde sábado, a estatal assumiu as operações de sete empresas privadas.
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