São Paulo, quarta-feira, 05 de julho de 2006

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Bolívia vê má-fé em negociação de combustíveis

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A LA PAZ

Em vez de diminuir, a lista dos impasses criados entre a Petrobras e a Bolívia depois do decreto da nacionalização dos hidrocarbonetos só aumenta. O problema agora é que o governo Evo Morales acusa a empresa brasileira de agir de má-fé nas negociações do contrato de venda de combustíveis à estatal YPFB, que desde sábado assumiu o monopólio da venda de combustível por atacado no país.
Sem um contrato assinado com a Petrobras, o governo boliviano emitiu, na última sexta-feira, uma resolução na qual obriga a Petrobras a entregar combustível à YPFB para assegurar o abastecimento do país.
A Petrobras Bolívia Refinación é proprietária de duas refinarias, em Santa Cruz e La Paz, responsáveis pela produção de praticamente todo o combustível consumido na Bolívia. Essas refinarias, aliás, foram nacionalizadas pelo decreto de 1º de maio, mas até agora não houve um acordo para a transferência das duas plantas.
O impasse para a assinatura do contrato se refere ao valor do transporte entre as duas refinarias e os diversos pontos de armazenamento pelo país. A Petrobras afirma que a proposta do governo não cobre o custo desse transporte, enquanto o governo acusa a estatal de querer se aproveitar da renovação do contrato para aumentar os preços.
A comercialização dos combustíveis por atacado é a primeira grande operação assumida pela YPFB após a nacionalização. Desde sábado, a estatal assumiu as operações de sete empresas privadas.


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