|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Gasto com investimentos da Petrobras aumenta 66%
Desembolso previsto sobe de R$ 52,4 bi em 2006/10 para R$ 87,1 bi em 2007/11
Projetos de exploração e produção de gás e óleo leve são destaque; importação de gás da Bolívia continuará em 30 mi de metros cúbicos
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A inclusão de novos projetos,
especialmente na área de exploração e produção, e um forte
aumento de custos com a aquisição de bens e serviços levaram à Petrobras a elevar os investimentos previstos em seu
plano estratégico de R$ 52,4 bilhões de 2006 a 2010 para R$
87,1 bilhões de 2007 a 2011.
Trata-se de um incremento de
66%, ou R$ 34,7 bilhões.
Em novos projetos, a estatal
investirá R$ 17,4 bilhões a mais
no plano atual, principalmente
na área de exploração e produção (R$ 5,2 bilhões).
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, o
foco é aumentar a produção de
gás com o objetivo de atender o
aumento anual de 17% do consumo de 2007 a 2011 e de óleo
leve -de maior valor comercial
do que o óleo pesado produzido
majoritariamente pela estatal.
Passaram a integrar o plano
de negócios da empresa quatro
novos projetos de plataformas,
com capacidade de produção
de 560 mil barris de petróleo
por dia.
Gabrielli disse que os problemas na Bolívia não foram considerados na elaboração do plano. A companhia manteve a
previsão de importar 30 milhões de metros cúbicos de gás
por dia do país vizinho, conforme prevê o contrato assinado
com a YPFB (a estatal boliviana
de petróleo e gás).
Mais unidades
Todo o consumo adicional
será suprido pelo aumento da
produção nacional e pelas importações por meio de GNL
(Gás Liqüefeito de Petróleo),
comprimido sob a forma líqüida e transportado em navios.
A instalação de duas unidades de reconversão do gás para
a forma gasosa estão contempladas no novo plano da estatal.
A Petrobras projeta que o
mercado de gás natural crescerá dos atuais 38,8 milhões de
metros cúbicos por dia para
99,2 milhões de metros cúbicos
por dia em 2011.
Já o aumento de custos nas
contratações de bens e serviços
representaram incremento de
US$ 7,8 bilhões do antigo para o
novo plano.
De acordo com Gabrielli, esse
é um "fenômeno de toda a indústria", que sofre com a elevação de custos decorrente dos
altos preços do petróleo e do
aquecimento do setor.
Correção cambial
No seu novo plano, a Petrobras também corrigiu a taxa de
câmbio projetada, de R$ 3,01
para R$ 2,50. Essa alteração
provocou o aumento de US$
4,2 bilhões em razão da valorização do real.
Novos projetos, custos maiores e a valorização do real são os
principais fatores para o aumento dos investimentos.
Em seu novo plano, a Petrobras também traçou metas de
produção, que não subirá na
mesma proporção dos investimentos.
A extração de óleo no Brasil
passará de 1,880 milhão de barris por dia em 2006 para 2,374
milhões em 2011 -alta de 26%.
Considerando os campos no
exterior, subirá de 2,403 milhões de barris por dia para
3,493 milhões. A Petrobras revisou ainda a projeção para o
aumento do consumo -de
2,6% para 3% ao ano.
Para sustentar seu plano de
investimentos (de US$ 17,4 bilhões ao ano), a Petrobras irá
captar US$ 3,1 bilhões no exterior de 2007 a 2011 -o restante
virá do próprio caixa da companhia.
Interferência política
Indagado sobre uma suposta
influência do calendário eleitoral, Gabrielli disse que não foi
feita "nenhuma avaliação" política na elaboração do plano.
Ele afirmou ainda que os investimentos serão feitos mesmo se, no próximo governo,
houver a troca de comando na
estatal: "A empresa continua
depois das eleições."
O executivo ressaltou, no entanto, que o novo plano de negócios da estatal irá gerar 840
mil empregos diretos e indiretos por ano.
Texto Anterior: Luís Nassif: O mau negócio da Cteep Próximo Texto: Bolívia vê má-fé em negociação de combustíveis Índice
|