São Paulo, sábado, 05 de julho de 2008

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Europa apresenta proposta para Doha

Oferta da UE para o encontro do próximo dia 21, na Suíça, prevê corte de 54% nas tarifas para o setor de agricultura

Europeus afirmam que não ocorrerá acordo se não houver maior abertura a mercados de produtos industrializado e serviços

DA ENVIADA ESPECIAL A BRUXELAS

A União Européia apresentou detalhes da proposta que levará para a reunião ministerial tida como a última oportunidade para destravar ainda neste ano a Rodada Doha (de liberalização do comércio mundial). O encontro começa no próximo dia 21, em Genebra. A oferta a ser levada pelo comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson, para o setor de agricultura prevê um corte de 54% nas tarifas, além de uma redução de mais de 70% nos subsídios domésticos de efeito distorcivo. Prevê ainda a eliminação de todos os subsídios para exportação a partir de 2013. Na questão da carne, a proposta é que 4% do consumo interno do bloco seja abastecido por meio de exportações com uma tarifa de 22%, o que permitiria, segundo fontes européias, a entrada de 1,3 bilhão de toneladas do produto a tarifas reduzidas -hoje, a tarifa cheia é superior a 100%. Em troca, os europeus esperam uma proposta generosa de novos mercados de produtos industrializados e avanços "significativos" no setor de serviços. "O trabalho de Mandelson é voltar de Genebra com um acordo equilibrado que ofereça novo acesso a produtos industrializado e serviços. Se isso não ocorrer, não haverá acordo. É simples assim", disse Peter Power, porta-voz do comissário. Segundo Power, outra questão decisiva para o futuro de Doha é a discussão da chamada cláusula anticoncentração -que impediria que os países em desenvolvimento usassem a flexibilidade de que dispõem para recortar tarifas, concentrando esses cortes em setores específicos. Esperam ainda que os Estados Unidos apresentem sua proposta de corte de subsídios domésticos. Ministros estão em contato contínuo com o objetivo de reduzir suas diferenças e chegar até o final da próxima semana a um documento que sirva de base para a reunião em Genebra. "As chances de sucesso são razoáveis, diria que de 50%. Se não tivéssemos essa [reunião] ministerial, caminharíamos para um fracasso", diz Power. (CAROLINA VILA-NOVA)


A jornalista CAROLINA VILA-NOVA viajou a convite da Comissão Européia


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